Os trabalhadores da reciclagem querem aumentar a arrecadação de vidro nos próximos meses

No último dia 2 fevereiro, sexta-feira, a Cooperagir, cooperativa de reciclagem parceira da Civilidade nas Ruas, divulgou o balanço dos materiais coletados em janeiro de 2024 pela campanha. Ao total foram mais de seis toneladas e meia, 6.624 quilos. Dentre os resíduos arrecadados estão papel, papelão, vidro e plástico de garrafas pet e tampinhas. O papelão foi o material mais recolhido em janeiro com 2.920 quilos.

Para o mês de fevereiro a Cooperagir busca aumentar a quantidade de arrecadação em vidro. “Queremos focar no vidro neste mês, o material está com o preço em alta, o que contribui melhor para a renda dos recicladores”, explicou Kelly Cristina, coordenadora da Cooperagir.

“A campanha Civilidade nas Ruas é um  círculo virtuoso, começando pelo envolvimento de cada cidadão, para que se responsabilize pelos resíduos que gera, e seguindo para a destinação correta de recicláveis, que deixam de poluir vias públicas, depois para a cooperativa, de lá são vendidos a indústrias de reciclagem, gerando renda a trabalhadores, e voltam ao mercado como bens de consumo, fechando o ciclo de forma sustentável”, diz o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, realizadora da campanha.

Civilidade nas Ruas

A campanha Civilidade nas Ruas, que foi idealizada pela AEAARP, existe desde 2019, com objetivo de estimular a população a destinar corretamente resíduos recicláveis que são enviados para empresas que reutilizam os materiais em processos de fabricação de novos produtos.

Um dos objetivos principais da campanha é também, além da reeducação da sociedade e limpeza das vias, uma participação ativa no apoio ao terceiro setor. A campanha recolhe também blisters (cartelas de comprimidos vazias) e a cada uma tonelada desse material a Civilidade nas Ruas ganha uma cadeira de rodas e destina para uma entidade beneficente.

Próxima meta é coletar 1 tonelada de blister por mês

4,5 toneladas de resíduos foram coletados em outubro e estão sendo enviados para reciclagem pela Campanha Civilidade nas Ruas. A Cooperagir, cooperativa de recicladores parceira da campanha, acaba de divulgar que foram coletadas 2,5 toneladas de papel/papelão, 300kg de latinha, 600kg de garrafas pet, 200kg de plástico e quase uma tonelada de blisters (cartelas de medicamento vazias). 

A Civilidade nas Ruas recebe uma cadeira de banho a cada tonelada de blister coletada e uma cadeira de rodas a cada tonelada e meia – as cadeiras são doadas a entidades assistenciais da cidade. A meta da campanha é arrecadar uma tonelada de blister por mês. Recentemente, essa quantidade era arrecadada a cada três meses. Hoje, o período caiu para um mês e meio. Até o início de 2024, os organizadores pretendem atingir 1.000kg por mês de cartela vazias de comprimidos. 

No Jardim São Luiz, onde se encontra a sede da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, idealizadora da campanha lançada em 2019, é ponto de coleta de blister, lacres de latinha e tampinhas de plástico. A entidade recebe descartáveis diariamente de moradores do bairro e de vários outros bairros da cidade, além de empresas e instituições do município.

Civilidade nas Ruas

A campanha, idealizada pela AEAARP, existe desde 2019, com objetivo de estimular a população a destinar corretamente resíduos recicláveis que são enviados para empresas que reutilizam os materiais em processos de fabricação de novos produtos. 

“O processo de destinação correta de materiais pelos munícipes e encaminhamento dos recicláveis para indústrias é um ciclo virtuoso que contribui para a qualidade de vida urbana, com o meio ambiente, emprego e geração de renda. Nossa meta é aumentar significativamente esses números em 2024, reduzindo ao máximo os despejos de materiais em vias públicas”, informou o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP.

Em agosto, três cadeiras foram entregues para instituições do terceiro setor de Ribeirão Preto: Instituto Simplesmente Amor, Lar do Jovem Idoso Tio João e Núcleo Assistencial Mãos Unidas.

São parceiros da campanha, junto com a AEAARP, o SINCOVARP-Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto, CDL-Clube dos Dirigentes Lojistas, Lions Clube Ribeirão Preto Campos Elíseos, ABRAPEC (Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com Câncer), OAB Ribeirão Preto, além dos Lions Clubes de Brodowski e Cravinhos.

Ação prevê capacitação de profissionais para trabalho em campo, inventário arbóreo e reflorestamento de toda a cidade

Transformar a qualidade de vida em Ribeirão Preto pelo reflorestamento urbano – este é o projeto Ribeirão Floresta da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, que será lançado nos dias 10 e 11 de outubro, com mesa-redonda, plantio simbólico de 33 mudas de árvores e início do trabalho de campo com mapeamento, inventário arbóreo e reflorestamento. O lançamento terá, ainda, demonstração de poda, escalada em árvores, tipos de nós e amarrações e lançamento de cursos gratuitos de capacitação para profissionais que trabalham em campo com poda e os que iniciarão o inventário arbóreo.

O projeto é coordenado pelo engenheiro agrônomo José Walter Figueiredo Silva, responsável pela criação e implantação do Programa Município VerdeAzul, lançado em 2007 pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, e é mais uma ação da campanha Civilidade nas Ruas – esta voltada a ações de sustentabilidade, lançada em 2019 pela AEAARP. 

“É um projeto ousado que responde às recomendações dos especialistas em mudanças climáticas e ESG, atende aos objetivos do milênio da ONU e contempla os anseios e necessidades da população. O estado de São Paulo ainda não tem uma cidade exemplo em reflorestamento urbano, por isso abraçamos este projeto transformador assinado por nosso associado e um dos grandes especialistas no assunto”, comenta Fernando Junqueira, presidente da AEAARP.

O trabalho de campo começa com projeto piloto no bairro São Luiz e, na sequência, outra agenda será organizada para o trabalho em todo o município. “Para isso, já iniciaremos cursos gratuitos de capacitação de profissionais para trabalhar no inventário, plantio e poda de árvores”, informa Figueiredo e Silva. Os cursos de capacitação serão abertos a prefeituras de toda a região de Ribeirão Preto, que já estão se inscrevendo.

Reflorestamento urbano

Para que a população viva bem, as cidades devem ter 50% de cobertura vegetal natural – isso inclui todo tipo de plantação, seja em áreas públicas ou nas casas, empresas, escolas etc. Esse percentual é indicado no programa VerdeAzul em consonância com a Universidade de São Paulo. O coordenador do Ribeirão Floresta lembra que cada árvore joga no ar água e oxigênio e capta CO2 e esse processo funciona quando respeitada a distância entre as árvores, determinada conforme o porte das plantas. “Se estiverem distantes, essa energia se perde. Espécies de grande porte podem estar até 20 metros de distância uma da outra, mas árvores pequenas não podem ultrapassar a distância de 6 metros”, explica.

O município paranaense de Maringá é um exemplo de reflorestamento urbano. A arborização adequada contribui com o equilíbrio térmico: no calor, as árvores podem contribuir com a diminuição da temperatura em até 7o C. No frio as árvores ajudam a aquecer. Outro benefício é a evapotranspiração, fenômeno em que a arvore joga gotículas de água no ar, mantendo a umidade relativa, isso porque para viver, uma árvore devolve ao meio ambiente 97% de água que absorve e fica com apenas 3% para a própria sobrevivência. Uma sibipiruna adulta absorve 500 litros de água por dia e devolve 485 para a atmosfera.

A comunicação entre as árvores

“As árvores têm um tipo de comunicação que o ser humano não domina. Estamos no planeta há milhões de anos e as arvores estão há bilhões, por isso são mais evoluídas em alguns aspectos como a comunicação”, ilustra José Walter. Ele cita como exemplo as acácias da África cujas folhas são um dos pratos favoritos das girafas e, por isso, ao longo do tempo essas árvores passaram a ficar sem folhas para fotossíntese. No processo evolutivo, as acácias começaram a se proteger amargando as próprias folhas. Pesquisadores descobriram que, à chegada das girafas, a árvore começa a exalar odor percebido pelas acácias vizinhas. Em um raio de 10 quilômetros, todas as acácias fazem o mesmo para espantar os animais. Essa espécie de árvore também conversa pelo solo. “As árvores aproveitam os fungos existentes no solo para se comunicarem. Essa comunicação se dá pelas hifas ou ramificações dos fungos como se fosse uma rede de comunicação por onde uma árvore avisa a outra sobre alterações de temperatura ou chegada de chuvas, por exemplo. É como as árvores criam suas defesas e é por isso que mantêm-se vivas nas florestas. A Silvicultura Urbana estuda esta relação das árvores na floresta e verifica qual a maneira melhor de possibilitar que elas vivam bem na urbe. Isso mostra a importância da floresta urbana. Temos de trazer essa riqueza para dentro da cidade”, finaliza José Walter. 

AEAARP

A AEAARP protagoniza ações educativas dentro da temática sustentabilidade por meio da campanha Civilidade nas Ruas, lançada em 2019, com objetivo de zerar o depósito de resíduos recicláveis nas vias públicas da cidade, preservando o meio ambiente - a campanha é realizada com vários parceiros que têm contribuído para o aumento da destinação de resíduos para reciclagem. 

Eng. agrônomo José Walter Figueiredo Silva: demonstração de técnicas de poda

AGENDA

10/10 - 19h00

Mesa-redonda Ribeirão Floresta com José Walter Figueiredo Silva, Demóstenes Ferreira da Silva Filho (Departamento Silvicultura ESALQ), Waleska Del Pietro (consultora em cidades inteligentes), Laurindo Antonio da Silva (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), Edson Ávallos (secretário executivo do Consórcio Municipal da Mogiana), Evandro Grilli (Comissão Meio Ambiente OAB Ribeirão Preto), Daniel Caiche (coordenou a elaboração do PL 4309/2021"Política Nacional de Arborização Urbana"), Leonardo Barbieri (diretor de Agronomia AEAARP), Alexandre Tazinaffo (diretor Universitário AEAARP), Cristina Heck (diretora de Arquitetura e Urbanismo AEAARP), Luiz Carlos Oranges Jr. (diretor de Engenharia AEAARP) e Tatiane Brioli (CREA).

11/10 

08h00 - Plantio simultâneo de 33 árvores (ipês amarelos, samambaias, ipês brancos e pitangas) nas calçadas do entorno da sede da AEAARP por voluntários

09h00 - Demonstração de poda: retirada de galhos e ponto de corte, conforme ABNT16246-1, 12h00 em um Jacarandá-Mimoso 

09h30 - Demonstração de NR 12 - uso de motosserra, equipamentos de proteção individual e d proteção coletiva e escalada em árvores

10h30 - Demonstração de escalada, poda e descida dos galhos, tipos de nós e amarrações em uma Sibipiruna-Caesalpinia pluviosa, na praça vizinha à sede da AEAARP

Amanhã, 26 de setembro, a AEAARP- Associação de Engenharia Arquitetura e Agronomia e a Elenco promovem a palestra do arquiteto belga Laurent Troost.

Laurent vive em Manaus (AM), onde desenvolve técnicas e projetos que combinam arquitetura e natureza. Em sua visão, as duas questões devem ser combinadas em um projeto, proporcionando conforto e harmonia. 

Laurent defende que a vegetação nativa seja combinada com a construção, compondo o paisagismo. Esses são temas que ele aborda em aulas, palestras e cursos que ministra em várias partes do mundo

Sobre Laurent Troost:

Arquiteto belga, reside em Manaus, pós-graduado em geografia e cidades pela Escola da Cidade, em São Paulo e mestre em arquitetura e urbanismo pelo ISAIVH de Bruxelas. Foi destaque em prêmios como: Architeture Masterprize, IAI Most Creativity Awardy, Oscar Niemeyer, Akzonobel.


Serviço

Palestra de Laurent Troost

AEAARP – Rua Clemente Ferreira, 330

Horário: 19h

Inscrição: aeaarp.org.br

Entrada: gratuita

Começou na manhã de hoje a 16ª Semana de Engenharia da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto. Neste ano, o evento recebe o Simpósio Nacional de Tecnologia Industrial do GEP-Grupo de Empresas Parceiras. 

A programação, que segue durante o dia de hoje até amanhã às 18h, tem oito painéis sobre geração de energia, mercado e indústria sucroenergética.

O evento é acompanhado por mais de 600 inscritos, entre profissionais e dirigentes do setor, e a feira de negócios tem 62 empresas expositoras.

Abertura

Na solenidade de abertura, realizada na AEAARP na noite desta terça-feira, líderes empresariais expuseram a necessidade de combinar tecnologia, produção de energia, meio ambiente e segurança alimentar.

“Nessa equação, quem tem dado as melhores respostas ao mercado são o setor produtivo e os profissionais do setor tecnológico”, afirma o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da Associação.

Veja aqui a programação completa. https://aeaarp.org.br/eventos/simposio-nacional-de-tecnologia-industrial-do-gep-explorando-a-vanguarda-da-inovacao-no-setor-sucroenergetico-industrial/

Energia

Um dos desafios do setor sucroenergético é a produção de combustíveis. “A pauta deixou de ser aumentar a produção de etanol. A forma de atender o mercado não é aumentar essa produção, é diversificar. O futuro do etanol é agora, o futuro do setor não é necessariamente o etanol”, fala Luiz Carlos Oranges, diretor de engenharia da AEAARP e coordenador técnico do evento.

Um dos debates em curso é a produção de nitrogênio a partir de subprodutos da indústria canavieira. “A pauta hoje é projetar o futuro”, conclui Fernando Junqueira.

Uma delas é um mutirão drive thru para descarte de todo tipo de reciclável e a outra é uma campanha exclusiva para resíduos eletrônicos

Computadores, celulares, notebooks, televisores, monitores, baterias que não são mais usados, além de tampinhas, vidro, blister (cartelas vazias de comprimidos), papel, papelão e outros resíduos recicláveis – esses são alguns dos materiais que a população pode descartar nos postos de recebimento de recicláveis em duas ações de coleta que acontecem em agosto: o Mutirão Drive Thru da Reciclagem e a Campanha de Coleta de Eletrônicos, promovidas pelos parceiros da Campanha Civilidade nas Ruas.

O Mutirão acontece dia 26 de agosto, sábado, e quem tiver materiais para descarte pode entregar na Cooperagir, das 9h30 às 16h, na Av. Antônio Gomes da Silva Junior 630 (antigo DER na Lagoinha), sem sair do carro. A ação está sendo coordenada pela representante dos Lions Clube Ribeirão Preto Centro e Lions Clube Campos Elíseos, Tania Mascioli, e pela Cooperagir. Durante todo o período, atendentes estarão na calçada para receber as doações.

Já a Campanha de Resíduos Eletrônicos acontece até dia 11 de agosto e o descarte pode ser feito na sede da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, Rua Clemente Ferreira 330, sob coordenação da engenheira ambiental Marília Vendrúsculo. A receita arrecadada com a venda do material será destinada integralmente ao Hospital de Câncer de Ribeirão Preto. Em 2022, a ação conseguiu arrecadar 501 quilos de resíduos eletrônicos.

“O descarte correto de recicláveis promove geração de renda para os recicladores, inclusão, mantem a cidade limpa, preserva o meio ambiente e contribui com a qualidade de vida nos centros urbanos”, diz o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, que lançou a campanha em 2019. 

Resíduos 

Desde o lançamento da Campanha Civilidade nas Ruas, em 2019, toneladas de blister, EPS (conhecido como IsoporR) e outros materiais foram devidamente encaminhadas para reaproveitamento nas indústrias de reciclagem. 

Em 2019, no Brasil, foram contabilizados 2 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, sendo menos de 3% descartados de maneira adequada e destinados a reciclagem, segundo o relatório Resíduos Eletrônicos no Brasil – 2021, produzido pela Greeneletron. Esse tipo de resíduo pode contaminar o meio ambiente com mercúrio, cádmio, chumbo, arsênico e berílio, sem contar a demora na decomposição.

São parceiros da Campanha Civilidade nas Ruas, além da AEAARP, que lançou o movimento em 2019, o SINCOVARP-Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto, CDL-Clube dos Dirigentes Lojistas, ABRAPEC (Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com Câncer), OAB Ribeirão Preto, além dos Lions Clubes Ribeirão Preto Centro e Campos Elíseos e os de Brodowski e Cravinhos.

Faltou pouco para Ribeirão Preto carregar o caminhão com 1 tonelada de blister (cartelas vazias de comprimidos), nesta terça, 25/7. Foram 976 quilos para União da Vitória, interior paranaense. Lá, cada cartela, que contem plástico e alumínio, será processada e entrará na fabricação de portas, rodapés e outros produtos para decoração e construção civil.

Como contrapartida, a cidade recebeu três cadeiras de rodas que serão doadas para entidades assistenciais – o Instituto Simplesmente Amor (Jd. Jardim Castelo Branco), Lar do Jovem Idoso Tio João (Vila Carvalho) e Núcleo Assistencial Mãos Unidas (Pq. Industrial Tanquinho).

A destinação correta de recicláveis é incentivada pela Campanha Civilidade nas Ruas, que foi lançada em 2019 pela AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, e é uma ação voluntária desenvolvida com parceiros para sensibilizar a população e ampliar a coleta de recicláveis. Desde então, toneladas de materiais deixaram de ir para aterros sanitários, rios e vias públicas e voltaram para a indústria.

Inclusão e renda

As doações de recicláveis feitas pela população garantem inclusão, emprego e renda para 12 recicladores que atuam na Cooperagir, a cooperativa que recebe os resíduos da Campanha Civilidade nas Ruas. É da venda desses materiais descartados pelos moradores da cidade que os recicladores cooperados tiram seu sustento. “Hoje, temos 12 cooperados que separam toneladas de material para vender a indústrias que transformam tudo isso em produtos que voltam para o mercado”, conta a gestora ambiental Kely Cristina da Silva, que coordena a cooperativa. 

“Nem todos sabem que aqui empregamos pessoas em situação de vulnerabilidade, gente que morava nas ruas, egressos do sistema penitenciário, portadores de deficiências, ex-dependentes químicos, por exemplo. E colecionamos histórias de recicladores que conseguiram diploma universitário, gente que conseguiu alugar sua primeira casa para morar, gente que sustenta a família com este trabalho”, conta Kely.

A cooperativa recebe todo tipo de material reciclável. Mas os cooperados decidiram abrir mão da venda – e consequentemente do recebimento – de três materiais: o blister, as tampinhas plásticas e os lacres de latinhas. 

A intenção é chamar atenção para a importância da reciclagem e mostrar como a destinação correta de resíduos transforma a cidade. São toneladas de material que contribuiriam com a composição da retirada mensal de cada um dos trabalhadores – uma tonelada de blister é comprada no mercado por R$ 650,00 e a tonelada de lacres e tampinhas é comercializada a R$ 800,00. E nem sempre os recicladores conseguem retirar um Salário Mínimo no mês.

“Está aí mais um motivo para que cada um destine corretamente aquilo que não serve mais para seu uso, mas pode ser reciclado. Sem contar o bem que esse tipo de atitude faz para o meio ambiente, para a cidade e como exemplo para nossas crianças”, analisa o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP.

Civilidade nas Ruas

A Campanha Civilidade nas Ruas quer, agora, ampliar a destinação de outros recicláveis: embalagens plásticas de produtos de limpeza, latinhas, garrafas pet, papel, papelão, vidro, panelas, móveis sem uso e aparelhos sem condições de uso, como ar-condicionado, computadores, radiadores etc. “São materiais valorizados por muitas indústrias que sabem reaproveitá-los em novos processos de fabricação fomentando um círculo virtuoso para a cidade, para a sociedade, para os trabalhadores”, comenta Junqueira.

São parceiros da campanha, junto com a AEAARP, o SINCOVARP-Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto, CDL-Clube dos Dirigentes Lojistas, Lions Clube Centro, Lions Clube Ribeirão Preto Campos Elíseos, ABRAPEC (Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com Câncer), OAB Ribeirão Preto, além dos Lions Clubes de Brodowski e Cravinhos.

O portal da AEAARP mantém uma lista atualizada de endereços para o descarte de materiais recicláveis. 

Alguns pontos de descarte de recicláveis 

AEAARP (R. Clemente Ferreira 330)

= blister, tampinhas plásticas e lacres de latinhas

ABRAPEC (R. Garibaldi 298)

= blister

Sincovarp e CDL (R. Lafaiete 394)

= blister

Estacionamento Catedral (R. Florêncio de Abreu 610)

= blister

Ideal Clínica (R. Florêncio de Abreu 613)

= blister

Galpão - Bairro Lagoinha (Av. Antônio Gomes Silva Jr 630)

= todo tipo de material reciclável

Cartelas coletadas na sede da Associação são reaproveitadas na fabricação de produtos para a construção civil

Desde 2019, quando a AEAARP se tornou ponto de coleta de blisters, cerca de 1,5 tonelada de cartelas recolhidas no local já foram destinadas para reaproveitamento. O volume seguiu para o interior do Paraná e vai compor a fabricação de novos produtos como portas, guarnições e rodapés, para o mercado da construção civil.

O blister é considerado a embalagem primária, aquela cartela que fica em contato direto com o medicamento e não pode ser dispensado no lixo comum. As cartelas são feitas de PVC e alumínio. Especialistas recomendam descartar blister, assim como outras embalagens primárias de medicamentos, como potes de vidro ou plástico e bisnagas de gel e creme, em postos de coleta porque estiveram em contato com o remédio e contêm substâncias químicas que podem contaminar solo e água.

O carregamento de blisters coletados pela AEAARP foi destinado para a Unicomper Portas e Rodapés, indústria paranaense com sede no município de União da Vitória, onde é reaproveitado.

Composição

O blister é composto por camadas de alumínio (cerca de 15%) e plástico (cerca de 85%). O metal é utilizado como barreira para proteção porque impede a entrada de gases e umidade e ajuda a manter as condições necessárias do princípio ativo dos medicamentos pelo tempo e uso necessários. A camada de plástico é de PVC (Polyvinyl chloride ou Policloreto de polivinila) ou PVDC (Cloreto de polivinilideno) – este é um copolímero parecido com o PVC, usado para vedar o conteúdo é muito comum em embalagens de medicamentos e alimentos.

 “O plástico é 100% reutilizável no composto que entra na fabricação de portas, rodapés, molduras e batentes na Unicomper aos quais confere propriedades como impermeabilidade, durabilidade, estabilidade térmica e resistência a fungos e cupins, por exemplo”, explica Osni de Souza, executivo da Unicomper para a área de blister. 

Reciclagem X reaproveitamento

Segundo Osni, o sistema de processamento dessas cartelas é 100% mecânico, sem qualquer contato humano e a transformação torna o material reutilizável na indústria sem risco para o meio ambiente. 

Na fábrica, as cartelas são trituradas e passam por um processo de micronização (redução das dimensões de partículas transformando-as, por quebra ou desgaste, em dimensões da ordem de micrômetros).

Depois disso, o pó segue para um sistema eletrostático (processo de alta tensão que separa materiais utilizando as diferentes condutividades elétricas das partículas) que separa o plástico do alumínio. O plástico vai compor a mistura – que inclui estabilizadores térmicos, modificadores de impacto, cargas, lubrificantes, pigmentos e outros – que alimenta as extrusoras com roscas automáticas para dar forma aos perfis, batentes, guarnições, rodapés, portas.

Uma porta, por exemplo, tem 15% de blisters. “Não tem como aumentar em função dos outros materiais que vão na composição, pois cada componente tem sua ação para uniformizar o composto que, além do blisters, tem pó de pedra, pó de madeira, PVC virgem e aditivos”, explica Osni.

Dos 15% de alumínio que compõem uma cartela de blister, a Unicomper consegue recuperar pelo menos metade e encaminha para a Ômega Metalurgia, em Itaquaquecetuba- -SP. O processo reutiliza, então, 100% do blister.

A Ômega processa de 5 a 6 mil toneladas de alumínio por mês. A título de comparação, 75 latinhas de bebidas (sucos, refrigerantes) são para gerar 1 quilo de alumínio. O alumínio é 100% reciclável e a reciclagem economiza 95% de energia elétrica em relação ao processo de produção do alumínio primário que é extraído da bauxita.

Meio ambiente

A Unicomper faz todo o processo, desde a coleta de blister até o produto final para consumo. Por ano, a empresa recupera cerca de 1.200 toneladas de blister, mas tem capacidade de processar até 1.800 toneladas no mesmo período.

A logística reversa da indústria farmacêutica, especialmente de polos industriais das regiões Sudeste e Sul do país, responde por cerca de 80 toneladas/mês na Unicomper. Já, o blister pós-consumo; ou seja, adquirido pela população e descartado após o uso do medicamento, representa cerca de 3 e 4 toneladas/mês na fábrica. 

Segundo Osni, a logística reversa no Brasil ainda pode crescer muito. “Para aumentar a destinação de blisters, temos que conscientizar a população e as empresas geradoras desse resíduo sobre os benefícios da reciclagem”, alerta.

O engenheiro Giulio Roberto Azevedo Prado, presidente da AEAARP, ressalta que é papel da sociedade civil desenvolver ações educativas para contribuir com a logística reversa e aumentar os números da reciclagem e reaproveitamento de materiais no país. “Há uma preocupação crescente da população com as questões climáticas, o meio ambiente e a qualidade de vida nos grandes centros e o apelo para adoção de hábitos sustentáveis é muito bem recebido na sociedade. Lançamos a campanha Civilidade nas Ruas pouco antes do início do isolamento social, o que impossibilitou ações presenciais, mas a população seguiu respondendo. Hoje a recepção de blister na AEAARP já é um projeto permanente”, explica.

EPS

O período de restrição de circulação e funcionamento dos negócios não diminuiu o comprometimento da população com a destinação correta do EPS, material que muitas pessoas conhecem pela marca IsoporR, e quase 20 toneladas do material já saíram de Ribeirão Preto e entraram na indústria para reciclagem.

O EPS (sigla internacional de Poliestireno Expandido) tem um projeto especial de coleta e destinação, em Ribeirão Preto, chamado Embalo Sustentável EPS. Cerca de 5% do EPS é material plástico e o restante é ar, por isso ele pode e deve ser reciclado.

Em 2019, a AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto lançou a campanha Civilidade nas Ruas, com objetivo de incentivar a destinação correta de resíduos na cidade, valorizando os projetos de sustentabilidade desenvolvidos por iniciativa da sociedade civil, dentre eles, o Embalo Sustentável EPS.

O EPS é um material que apresenta muito volume e pouco peso. A baixa densidade é um dos entraves para a logística. Porém, Ribeirão Preto conta com um equipamento que retira o ar, permitindo a diminuição significativa do volume para transporte. Periodicamente, quando a cidade alcança cerca de 2 toneladas de EPS armazenadas, o produto segue para a Santa Luzia Molduras, no município de Braço do Norte, em Santa Catarina, onde é transformado em novos produtos para decoração e construção civil, como perfis, molduras e revestimentos de pisos e paredes.

O EPS pode ser dispensado em vários pontos de coleta da cidade específicos para este material. 

A campanha Civilidade nas Ruas

Em 2019, a AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto lançou a campanha Civilidade nas Ruas, com objetivo de incentivar a destinação correta de resíduos na cidade, valorizando os projetos de sustentabilidade desenvolvidos por iniciativa da sociedade civil.

O portal da AEAARP mantém atualizada uma lista de endereços para descarte de material reciclável, incluindo blister: https://aeaarp. org.br/release/ecopontos-em-ribeirao-preto.

Hoje, 5, e amanhã, 6 de junho, marca o início da programação do meio ambiente promovida pela AEAARP (Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto). O evento é voltado para a exibição de trabalhos, debates e palestras relevantes sobre o meio ambiente. 

Hoje será exibido o filme "Nossa Floresta", que conta a história sobre a recuperação da área verde e da implantação da Floresta da USP, que aumentou em 20% a área verde da cidade, e atualmente é um importante banco genético com vegetação da Mata Atlântica. A exibição do filme acontecerá às 19h, e logo após, os participantes terão a oportunidade de participar de um bate-papo enriquecedor com especialistas na área ambiental. Estarão presentes Marília Vendrusculo, Engenheira Ambiental; Gabriel Silva Mendeleh, Diretor de Audiovisual; e José Ricardo Barosela, Biólogo.

Amanhã, 06 de junho, a programação trará uma palestra, que se inicia às 19h, com o tema "Gestão e Valorização de Resíduos para uma Economia Circular", ministrada por Edna Dias de Sá, Engenheira Sanitarista e Ambiental. O objetivo da palestra é abordar a problemática do excesso de lixo no Brasil, que figura como o quinto país no mundo em geração de resíduos. Anualmente, são produzidas mais de 11 milhões de toneladas de resíduos recicláveis, porém apenas 4% desse total é efetivamente reciclado. A palestra irá explorar como a Economia Circular pode ser uma solução para reverter esse cenário negativo e contribuir para a sustentabilidade do planeta.

Associação será ponto de coleta para resíduos eletrônicos de junho a agosto, vai realizar palestras e exibição de filme sobre o tema

No dia 6 de junho, na AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, a engenheira sanitarista e ambiental, Edna Dias de Sá, vai ministrar a palestra sobre Gestão e valorização de resíduos para uma economia circular. 

O objetivo da palestra é abordar os desafios do excesso de resíduos descartados no Brasil, que figura como o quinto país no mundo em geração de resíduos. Anualmente, são produzidas mais de 11 milhões de toneladas de resíduos recicláveis, porém apenas 4% desse total é efetivamente reciclado. A palestra irá explorar como a economia circular pode ser uma solução para reverter esse cenário e contribuir para a sustentabilidade do planeta.

Em Ribeirão Preto, a campanha Recicla Ribeirão, promovida pela Prefeitura, tem o intuito de conscientizar e estimular a população a fazer a deposição e destinação correta de resíduos. De acordo com o site da campanha, a cidade produz 650 toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia; 45% são recicláveis - cerca de 292,5 toneladas diárias. Entretanto, a capacidade de coleta mensal é menor que isso - 150 toneladas.

Meio Ambiente

Nos dias 5 e 6 de junho a AEAARP realiza um ciclo de palestras de debates para expor soluções técnicas sobre esse tema. Além da engenheira Edna, a também engenheira Marília Vendrusculo será uma das expositoras – no dia 5 de junho, após a exibição do filme Nossa Floresta, sobre a recuperação da mata da USP de Ribeirão Preto. 

A programação é gratuita e o link para inscrição está disponível no site www.aeaarp.org.br.

Eletrônicos

De 11 de junho a 12 de agosto a AEAARP será ponto de coleta de resíduos eletrônicos. Em 2022, a Associação coletou mais de meia tonelada de equipamentos. O resultado obtido com a venda desses itens foi convertido em materiais de higiene para uma instituição que atende idosos carentes. 

Civilidade 

Desde 2019, a AEAARP realiza a campanha educativa Civilidade nas Ruas. Desde então, a entidade e parceiros atuaram em ações de conscientização sobre coleta seletiva e atuou em parcerias que resultaram no envio de seis toneladas de EPS (popularmente conhecido como isopor) para reciclagem. Atualmente, em parceria com o Sincovarp/CDL, a campanha trabalha com o tema blisters (cartelas de remédios vazias) que são utilizados como matéria-prima na fabricação de peças de acabamento para a construção civil.

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