Os últimos anos da Associação foram de trabalho intenso, que este balanço do mandato converte em números de eventos, palestras, convênios, ações na sociedade e obras

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Quando os engenheiros Fernando Junqueira (civil) e Maria Mercedes Furegatto Pedreira de Freitas (segurança do trabalho) foram eleitos para o mandato 2023/2025, a cúpula climática COP28, em Dubai (Emirados Árabes), chegou ao consenso para que os países fizessem a transição energética dos combustíveis fósseis. Foi naquele ano também que o planeta Terra registrou, pela primeira vez, a temperatura média global 2º C acima dos níveis da era pré-industrial.

A agenda da AEAARP nesse período fez eco às questões ambientais em pauta no mundo, respondendo aos 17 ODSs-Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, listados pela ONU-Organização das Nações Unidas. “A essência das nossas ações é criar oportunidades para profissionais de engenharia, arquitetura e agronomia, mostrando e abrindo novos espaços de atuação”, afirma o engenheiro Fernando.

“A pauta do meio ambiente tem de ser cumprida por nós de forma objetiva e propositiva, uma vez que cabe às nossas profissões formular e executar ações no sentido de proteger as pessoas, o planeta e garantir a sobrevivência de todos fazendo a economia girar, os negócios acontecerem e as inovações chegarem”, completa.

Floresta

Logo no início deste mandato, em 2023, foi lançado o mais ambicioso projeto de reflorestamento urbano do qual se teve notícia em Ribeirão Preto: o Ribeirão Floresta. Ao longo do ano seguinte, 2024, a AEAARP sediou seminários aos finais de semana, todos gratuitos, que compartilharam experiências e informações técnicas acerca do plantio e manutenção de árvores urbanas.

“O fato de termos em nosso time os profissionais mais experientes nesse tema, nos proporciona a segurança necessária para estimular a população a contribuir para cuidar melhor das áreas públicas, começando por sua própria calçada. Este certamente será um importante legado do nosso mandato”, fala o presidente.

88 horas De atividades práticas e teóricas nos Seminários do Ribeirão Floresta
Desde 2023, o Ribeirão Floresta, projeto da AEAARP sob a coordenação do engenheiro agrônomo José Walter Figueiredo, realizou ações como seminários, workshops sobre poda, pesquisa de campo no bairro Jardim São Luiz e relatório sobre a saúde arbórea das espécies na Avenida 9 de Julho. No âmbito do projeto, a AEAARP está liderando a ação de arborização do bairro Jardim São Luiz, onde está a sede desde os anos de 1990. A iniciativa, garante José Walter, vai contribuir para o conforto térmico da população, além de outros impactos ambientais. “E esperamos que inspire outros moradores da cidade a plantarem árvores em suas calçadas de forma correta para que tenham vida longa e saudável”, fala. 

Cidadania

A Campanha Civilidade nas Ruas, lançada em novembro de 2019, capitaneia a ação de coleta e destinação de blisters – embalagens vazias de medicamentos – em parceria com a Cooperagir. Desde o início desta ação, foram coletadas cerca de 10 toneladas pela Unicomper, indústria do Paraná que as transforma em insumos para a construção civil. Em contrapartida, a empresa doou 35 cadeiras de rodas – entre cadeiras de banho e convencionais – que foram destinadas a instituições assistenciais.

100 convênios compõe o cardápio ofertado pela AEAARP aos seus associados. 

O intuito desta ação na Campanha, que tem caráter informativo e é permanente, é o de sensibilizar a população para o hábito de separar e destinar corretamente seus próprios resíduos. “É o tipo de coisa que não tem custo e tem impacto gigantesco nas nossas vidas em médio e longo prazos”, observa o presidente da AEAARP.

No último ano, a Campanha conquistou importantes aliados, como o Sincovarp- Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto, CDL-Clube dos Diretores Lojistas, a 12ª Subseção da OAB-Ordem dos Advogados do Brasil, a Abrapec- Associação Brasileira de Assistência As Pessoas Com Câncer e o Lions Club. Além disso, estabelecimentos comerciais autônomos passaram a coletar as embalagens.

9,12 toneladas de blisters É o total coletado pela Unicomper coletou da Campanha Civilidade nas Ruas nos últimos 20 meses
A engenheira ambiental Marília Vendrúsculo observa que a ação da Campanha Civilidade nas Ruas é o início de um processo ampliado de conscientização sobre a destinação de resíduos. “A iniciativa da AEAARP com os parceiros contribui para chamar a atenção da população para uma questão que vai além do blister e do EPS: ensina que todos somos responsáveis pelos resíduos que geramos”, explica.  A primeira ação da Campanha Civilidade nas Ruas foi em parceria com o Grupo Ciclos para conscientizar sobre a coleta e destinação do EPS.
  A AEAARP também mantém a campanha de coleta de eletrônicos entre os meses de junho e agosto – iniciando sempre com a programação da Semana de Meio Ambiente. A sede da Associação se abre como um centro de coleta de eletrônicos e os itens captados são vendidos. O valor obtido é destinado à compra de itens necessários para o atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade social ou de saúde acolhidas em instituições do município. Esta ação é liderada pelo grupo AEAARP Mulher.

Fórum

2024 foi o ano de retomada dos trabalhos do Fórum Permanente de Debates Ribeirão Preto do Futuro, sob a coordenação do engenheiro civil Carlos Alencastre.

O grupo tem se dedicado a conhecer experiências em gestão de resíduos, realizando reuniões e visitas técnicas, com o intuito de formular uma proposta técnica para a Região Metropolitana de Ribeirão Preto.

Solidariedade

Em 2024 a AEAARP se tornou importante ponto de arrecadação e logística de doações para as vítimas da enchente que aconteceu no Rio Grande do Sul, em maio. A iniciativa da Associação, sob a coordenação da Diretoria Social, convocou associados para doarem no mesmo dia em que a imprensa começou a noticiar a grande cheia do Rio Guaíba e se alastrou pela cidade.

30 anos O aniversário do Coral Som Geométrico foi comemorado em grande estilo.

O engenheiro Luiz Umberto Menegucci, diretor administrativo da Associação, lembra da onda de solidariedade que tomou conta da cidade. “Estavam todos preocupados e unidos no propósito de oferecer a mínima condição de sobrevivência para os moradores das cidades atingidas”, fala.

Partiram da AEAARP carretas que somaram 100 toneladas de alimentos, itens de higiene, calçados, vestuários e água. “Além das doações, foi bonito ver o comprometimento dos nossos associados. Eles não só doaram como participaram da força-tarefa de receber, separar, embalar e embarcar as doações. Formamos uma grande rede por mais de 10 dias e que atendeu também às doações de outras entidades”, conta o presidente Fernando.

Fundo de Auxílio aos Associados   Desde 2024, todos os associados conveniados com a Unimed contribuem com R$ 20 na mensalidade do Plano de Saúde e, em contrapartida, têm garantido o teto de R$ 600 (mensais) na cobrança do fator moderador pelo uso dos serviços médicos. O Fundo cobre o valor excedente, independentemente do montante e do tempo necessário ao tratamento. Esta, na opinião do engenheiro José Umberto Menegucci, diretor administrativo, é uma das grandes vitórias da entidade no último período.    

Palestras

Em 20 meses de mandato – de abril de 2023 até janeiro de 2025 – aconteceram 28 palestras técnicas na associação. Esse levantamento não inclui os seminários do Ribeirão Floresta – 20 encontros que totalizaram 88 horas de encontros práticos e teóricos – tampouco as semanas técnicas – de engenharia, arquitetura, agronomia de meio ambiente, que tiveram cerca de 50 painéis.

28 visitas técnicas Em eventos de engenharia, arquitetura, agronomia e empresas do setor.

“O resultado bruto desse levantamento soma quase uma centena de oportunidades criadas pela AEAARP para profissionais em todos os níveis – do estagiário ao sênior”, contabiliza Fernando. À oportunidade ele atribui o conhecimento e o relacionamento. “Conhecer pessoas e se conectar aos seus pares é essencial para abrir portas e novos caminhos”, fala.

A Painel mudou nesses 20 meses. De publicação mensal, se converteu a bimestral. “Mantendo sempre a essência de privilegiar o conteúdo técnico, ser um porta-voz da AEAARP e registro histórico da nossa entidade e da nossa cidade”, fala a arquiteta Adriana Bighetti, diretora de comunicação.
1.200 minutos De bate-papos no PainelCast com conteúdo que interessa a profissionais de engenharia, arquitetura, agronomia e geologia

Visitas

Quase 30 visitas técnicas aconteceram neste último período, oportunidades que complementam as palestras realizadas na entidade.

Foi em 2024 também que pela primeira vez a AEAARP teve um espaço exclusivo de acolhimento de associados durante a Agrishow.

20 solenidades Representantes da AEAARP participaram de duas dezenas de eventos solenes – posses em entidades parceiras, inaugurações e homenagens.

Região

A AEAARP é aliada de primeira hora da Região Metropolitana de Ribeirão Preto. Desde a primeira reunião, que aconteceu no dia 27 de março de 2017, as lideranças regionais se encontraram na sede da Associação.

Para o presidente Fernando, sediar as reuniões desde o início das atividades do grupo evidenciam a relevância da entidade, no âmbito de suas atribuições, para além dos limites municipais.

“Estamos preparados para dar mais um passo, sedimentando nossa Associação como o ponto de diálogo regional sobre questões de infraestrutura, saneamento, abastecimento, mobilidade, dentre outras”, fala Fernando.

Depoimentos

"O último bienal da gestão diretoria da mulher foi um marco transformador, onde visitas inspiradoras, palestras enriquecedoras e eventos de grande impacto fortaleceram não apenas o profissional, mas também a essência da mulher moderna, deixando um legado de aprendizado, empoderamento e crescimento coletivo." - Engenheira Fabíola Narciso, diretora do AEAARP Mulher

"Crescimento e evolução são as marcas desse mandato. Crescimento, pois foi possível mostrar para os jovens profissionais os benefícios do associativismo de classe. Evolução, pois foi possível nos comunicar com os mais novos de forma mais clara, ouvindo suas necessidades e demandas, destacando nossa história, de forma a ter o apoio de quem construiu a AEAARP.” - Engenheiro Gustavo Carvalho, diretor do AEAARP Jovem

“Nos últimos dois anos, transformamos a diretoria de esportes da AEAARP em um pilar ativo e inovador. Expandimos oportunidades para os associados, patrocinamos grandes eventos, garantimos aprovações inéditas na Lei de Incentivo ao Esporte e honramos nosso compromisso social com presença e dedicação. Nenhuma instituição se fortalece por acaso — seu crescimento exige visão, trabalho e a união de seus membros. Nossa diretoria não apenas atendeu aos associados, mas redefiniu seu papel na comunidade, provando que tradição e inovação não são opostas, mas complementares. Agora, seguimos adiante, construindo um legado que vai além do presente”. - Engenheiro agrônomo Bruno Prota, diretor de esportes

“Nos anos de 2023 e 2024, a Diretoria Social não apenas fortaleceu o vínculo entre a entidade e seus associados, mas também buscou implementar ações que realmente impactassem suas vidas de forma positiva, com uma visão que vai além da técnica, cuidando da saúde, do bem-estar e do crescimento pessoal de todos. Seguiremos sempre em busca de novas parcerias e soluções que possam agregar mais valor e transformar a experiência de ser parte dessa entidade”. - Engenheiro Rodrigo Araújo, diretor social

"A integração entre inovação, sustentabilidade e a valorização do agronegócio são as marcas desta gestão no setor da agronomia. Por meio de projetos como o Ribeirão Floresta e da Semana Técnica de Agronomia, trabalhamos para fortalecer o conhecimento técnico e a capacitação dos profissionais da área. Com iniciativas que incluem também o tradicional Almoço dos Agrônomos, as visitas ao Agrishow e o recentes encontros do Quinta do Amendoim, que esperamos se consolidar como um importante espaço de debates sobre temas atuais. Temos nos dedicado a oferecer oportunidades únicas de aprendizado e conexão, reafirmando nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável e o futuro do Brasil no cenário agropecuário global." - Engenheiro agrônomo Leonardo Barbieri, diretor de Agronomia

“Nos últimos dois anos, além de investir na comunicação e fortalecer o network para os estudantes do setor em Ribeirão Preto, proporcionou também conhecimento técnico pra dentro das salas de aulas. Nós participamos dos eventos promovidos por essas instituições a fim de compartilhar os valores e as oportunidades oferecidas pelo associativismo”. - Engenheiro agrônomo Alexandre Tazinaffo, diretor universitário

“Gestão Dinâmica e Competente, prezando pela ética na busca de excelentes resultados.” - Engenheiro Milton Vieira Leite, diretor de ética

“As ações desenvolvias por esta Gestão proporcionaram um maior envolvimento nas atividades técnicas e sociais, ampliando inclusive os benefícios para nossos associados. Além disso, nossa participação na revisão do Estatuto e Regimento interno da AEAARP promoveu um maior entrosamento com o Conselho. Ainda nesta gestão, formatizamos e implantamos o procedimento para eventos, que agilizou e facilitou o trabalho tanto para a diretoria como para nossa equipe”. - Engenheira Maria Mercedes Furegato Pedreira de Freitas, vice-presidente

“Foco! Num mercado financeiro instável, volátil, mas sofisticado para os padrões do Brasil, preservamos nossos valores de investimento com ganho real relevante. Foco de novo! Falamos com os bancos todos os dias para manter nossas carteiras dentro do trinômio segurança, rentabilidade e quando possível liquidez à mão. Colhemos bons frutos ao longo do biênio 2023 e 2024”. - Engenheiro agrônomo Benedito Gleria, diretor financeiro

“Nesses dois anos vivemos momentos incríveis na AEAARP. Movimentos grandiosos de ações como a do Rio Grande do Sul, a primeira etapa da nossa reforma, que está, ficando maravilhosa, e outras menores mas com a mesma importância, das quais o nosso presidente sempre esteve aberto para ouvir, analisar e, sim, abraçar a causa apoiando nossas ideias! Obrigada Fernando, pois sua força e posicionamento transformaram a AEAARP. Sinto orgulho de fazer parte dessa gestão e da nossa AEAARP. - Arquiteta e urbanista Cristina Heck, diretora de arquitetura e urbanismo

Evento gratuito acontecerá no dia 9 de abril

Em 2023, o Bosque Municipal Fábio Barreto, em Ribeirão Preto, recebeu 800 animais silvestres vitimados por acidentes em espaços urbanos. Corredores ecológicos e projetos de arquitetura e engenharia que sejam mais “amigáveis” podem reduzir essas ocorrências.

No dia 9 de abril, terça-feira, às 8h30, na AEAARP-Associação de Engenharia Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto coloca a coexistência entre seres humanos e animais silvestres no centro do debate, com a participação da arquiteta e urbanista Danila Battaus, da engenheira Rose Elaine Borges de Melo e da bióloga Roberta Montanheiro Paolino.

“A união de diferentes áreas do conhecimento é essencial para preparar os profissionais realmente para essa situação e para que a gente tenha cidades amigáveis à fauna e também que proporcionem o bem-estar das pessoas e evitem acidentes, riscos e conflitos”, fala.

Os acidentes mais comuns são provocados por choque elétrico, colisões e atropelamentos. 

SERVIÇO

Pessoas e bichos nas cidades: como coexistir?

Quando: 9 de abril, às 8h30

Local: AEAARP – R. Clemente Ferreira, 330 – Jardim São Luiz, Ribeirão Preto – SP

Inscrições: www.aeaarp.org.br

Os trabalhadores da reciclagem querem aumentar a arrecadação de vidro nos próximos meses

No último dia 2 fevereiro, sexta-feira, a Cooperagir, cooperativa de reciclagem parceira da Civilidade nas Ruas, divulgou o balanço dos materiais coletados em janeiro de 2024 pela campanha. Ao total foram mais de seis toneladas e meia, 6.624 quilos. Dentre os resíduos arrecadados estão papel, papelão, vidro e plástico de garrafas pet e tampinhas. O papelão foi o material mais recolhido em janeiro com 2.920 quilos.

Para o mês de fevereiro a Cooperagir busca aumentar a quantidade de arrecadação em vidro. “Queremos focar no vidro neste mês, o material está com o preço em alta, o que contribui melhor para a renda dos recicladores”, explicou Kelly Cristina, coordenadora da Cooperagir.

“A campanha Civilidade nas Ruas é um  círculo virtuoso, começando pelo envolvimento de cada cidadão, para que se responsabilize pelos resíduos que gera, e seguindo para a destinação correta de recicláveis, que deixam de poluir vias públicas, depois para a cooperativa, de lá são vendidos a indústrias de reciclagem, gerando renda a trabalhadores, e voltam ao mercado como bens de consumo, fechando o ciclo de forma sustentável”, diz o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, realizadora da campanha.

Civilidade nas Ruas

A campanha Civilidade nas Ruas, que foi idealizada pela AEAARP, existe desde 2019, com objetivo de estimular a população a destinar corretamente resíduos recicláveis que são enviados para empresas que reutilizam os materiais em processos de fabricação de novos produtos.

Um dos objetivos principais da campanha é também, além da reeducação da sociedade e limpeza das vias, uma participação ativa no apoio ao terceiro setor. A campanha recolhe também blisters (cartelas de comprimidos vazias) e a cada uma tonelada desse material a Civilidade nas Ruas ganha uma cadeira de rodas e destina para uma entidade beneficente.

Próxima meta é coletar 1 tonelada de blister por mês

4,5 toneladas de resíduos foram coletados em outubro e estão sendo enviados para reciclagem pela Campanha Civilidade nas Ruas. A Cooperagir, cooperativa de recicladores parceira da campanha, acaba de divulgar que foram coletadas 2,5 toneladas de papel/papelão, 300kg de latinha, 600kg de garrafas pet, 200kg de plástico e quase uma tonelada de blisters (cartelas de medicamento vazias). 

A Civilidade nas Ruas recebe uma cadeira de banho a cada tonelada de blister coletada e uma cadeira de rodas a cada tonelada e meia – as cadeiras são doadas a entidades assistenciais da cidade. A meta da campanha é arrecadar uma tonelada de blister por mês. Recentemente, essa quantidade era arrecadada a cada três meses. Hoje, o período caiu para um mês e meio. Até o início de 2024, os organizadores pretendem atingir 1.000kg por mês de cartela vazias de comprimidos. 

No Jardim São Luiz, onde se encontra a sede da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, idealizadora da campanha lançada em 2019, é ponto de coleta de blister, lacres de latinha e tampinhas de plástico. A entidade recebe descartáveis diariamente de moradores do bairro e de vários outros bairros da cidade, além de empresas e instituições do município.

Civilidade nas Ruas

A campanha, idealizada pela AEAARP, existe desde 2019, com objetivo de estimular a população a destinar corretamente resíduos recicláveis que são enviados para empresas que reutilizam os materiais em processos de fabricação de novos produtos. 

“O processo de destinação correta de materiais pelos munícipes e encaminhamento dos recicláveis para indústrias é um ciclo virtuoso que contribui para a qualidade de vida urbana, com o meio ambiente, emprego e geração de renda. Nossa meta é aumentar significativamente esses números em 2024, reduzindo ao máximo os despejos de materiais em vias públicas”, informou o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP.

Em agosto, três cadeiras foram entregues para instituições do terceiro setor de Ribeirão Preto: Instituto Simplesmente Amor, Lar do Jovem Idoso Tio João e Núcleo Assistencial Mãos Unidas.

São parceiros da campanha, junto com a AEAARP, o SINCOVARP-Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto, CDL-Clube dos Dirigentes Lojistas, Lions Clube Ribeirão Preto Campos Elíseos, ABRAPEC (Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com Câncer), OAB Ribeirão Preto, além dos Lions Clubes de Brodowski e Cravinhos.

Ação prevê capacitação de profissionais para trabalho em campo, inventário arbóreo e reflorestamento de toda a cidade

Transformar a qualidade de vida em Ribeirão Preto pelo reflorestamento urbano – este é o projeto Ribeirão Floresta da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, que será lançado nos dias 10 e 11 de outubro, com mesa-redonda, plantio simbólico de 33 mudas de árvores e início do trabalho de campo com mapeamento, inventário arbóreo e reflorestamento. O lançamento terá, ainda, demonstração de poda, escalada em árvores, tipos de nós e amarrações e lançamento de cursos gratuitos de capacitação para profissionais que trabalham em campo com poda e os que iniciarão o inventário arbóreo.

O projeto é coordenado pelo engenheiro agrônomo José Walter Figueiredo Silva, responsável pela criação e implantação do Programa Município VerdeAzul, lançado em 2007 pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, e é mais uma ação da campanha Civilidade nas Ruas – esta voltada a ações de sustentabilidade, lançada em 2019 pela AEAARP. 

“É um projeto ousado que responde às recomendações dos especialistas em mudanças climáticas e ESG, atende aos objetivos do milênio da ONU e contempla os anseios e necessidades da população. O estado de São Paulo ainda não tem uma cidade exemplo em reflorestamento urbano, por isso abraçamos este projeto transformador assinado por nosso associado e um dos grandes especialistas no assunto”, comenta Fernando Junqueira, presidente da AEAARP.

O trabalho de campo começa com projeto piloto no bairro São Luiz e, na sequência, outra agenda será organizada para o trabalho em todo o município. “Para isso, já iniciaremos cursos gratuitos de capacitação de profissionais para trabalhar no inventário, plantio e poda de árvores”, informa Figueiredo e Silva. Os cursos de capacitação serão abertos a prefeituras de toda a região de Ribeirão Preto, que já estão se inscrevendo.

Reflorestamento urbano

Para que a população viva bem, as cidades devem ter 50% de cobertura vegetal natural – isso inclui todo tipo de plantação, seja em áreas públicas ou nas casas, empresas, escolas etc. Esse percentual é indicado no programa VerdeAzul em consonância com a Universidade de São Paulo. O coordenador do Ribeirão Floresta lembra que cada árvore joga no ar água e oxigênio e capta CO2 e esse processo funciona quando respeitada a distância entre as árvores, determinada conforme o porte das plantas. “Se estiverem distantes, essa energia se perde. Espécies de grande porte podem estar até 20 metros de distância uma da outra, mas árvores pequenas não podem ultrapassar a distância de 6 metros”, explica.

O município paranaense de Maringá é um exemplo de reflorestamento urbano. A arborização adequada contribui com o equilíbrio térmico: no calor, as árvores podem contribuir com a diminuição da temperatura em até 7o C. No frio as árvores ajudam a aquecer. Outro benefício é a evapotranspiração, fenômeno em que a arvore joga gotículas de água no ar, mantendo a umidade relativa, isso porque para viver, uma árvore devolve ao meio ambiente 97% de água que absorve e fica com apenas 3% para a própria sobrevivência. Uma sibipiruna adulta absorve 500 litros de água por dia e devolve 485 para a atmosfera.

A comunicação entre as árvores

“As árvores têm um tipo de comunicação que o ser humano não domina. Estamos no planeta há milhões de anos e as arvores estão há bilhões, por isso são mais evoluídas em alguns aspectos como a comunicação”, ilustra José Walter. Ele cita como exemplo as acácias da África cujas folhas são um dos pratos favoritos das girafas e, por isso, ao longo do tempo essas árvores passaram a ficar sem folhas para fotossíntese. No processo evolutivo, as acácias começaram a se proteger amargando as próprias folhas. Pesquisadores descobriram que, à chegada das girafas, a árvore começa a exalar odor percebido pelas acácias vizinhas. Em um raio de 10 quilômetros, todas as acácias fazem o mesmo para espantar os animais. Essa espécie de árvore também conversa pelo solo. “As árvores aproveitam os fungos existentes no solo para se comunicarem. Essa comunicação se dá pelas hifas ou ramificações dos fungos como se fosse uma rede de comunicação por onde uma árvore avisa a outra sobre alterações de temperatura ou chegada de chuvas, por exemplo. É como as árvores criam suas defesas e é por isso que mantêm-se vivas nas florestas. A Silvicultura Urbana estuda esta relação das árvores na floresta e verifica qual a maneira melhor de possibilitar que elas vivam bem na urbe. Isso mostra a importância da floresta urbana. Temos de trazer essa riqueza para dentro da cidade”, finaliza José Walter. 

AEAARP

A AEAARP protagoniza ações educativas dentro da temática sustentabilidade por meio da campanha Civilidade nas Ruas, lançada em 2019, com objetivo de zerar o depósito de resíduos recicláveis nas vias públicas da cidade, preservando o meio ambiente - a campanha é realizada com vários parceiros que têm contribuído para o aumento da destinação de resíduos para reciclagem. 

Eng. agrônomo José Walter Figueiredo Silva: demonstração de técnicas de poda

AGENDA

10/10 - 19h00

Mesa-redonda Ribeirão Floresta com José Walter Figueiredo Silva, Demóstenes Ferreira da Silva Filho (Departamento Silvicultura ESALQ), Waleska Del Pietro (consultora em cidades inteligentes), Laurindo Antonio da Silva (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), Edson Ávallos (secretário executivo do Consórcio Municipal da Mogiana), Evandro Grilli (Comissão Meio Ambiente OAB Ribeirão Preto), Daniel Caiche (coordenou a elaboração do PL 4309/2021"Política Nacional de Arborização Urbana"), Leonardo Barbieri (diretor de Agronomia AEAARP), Alexandre Tazinaffo (diretor Universitário AEAARP), Cristina Heck (diretora de Arquitetura e Urbanismo AEAARP), Luiz Carlos Oranges Jr. (diretor de Engenharia AEAARP) e Tatiane Brioli (CREA).

11/10 

08h00 - Plantio simultâneo de 33 árvores (ipês amarelos, samambaias, ipês brancos e pitangas) nas calçadas do entorno da sede da AEAARP por voluntários

09h00 - Demonstração de poda: retirada de galhos e ponto de corte, conforme ABNT16246-1, 12h00 em um Jacarandá-Mimoso 

09h30 - Demonstração de NR 12 - uso de motosserra, equipamentos de proteção individual e d proteção coletiva e escalada em árvores

10h30 - Demonstração de escalada, poda e descida dos galhos, tipos de nós e amarrações em uma Sibipiruna-Caesalpinia pluviosa, na praça vizinha à sede da AEAARP

O engenheiro agrônomo Leonardo Barbieri, diretor de agronomia da AEAARP, considera que algumas das respostas às questões ambientais globais estão na engenharia, na arquitetura e na agronomia

O aumento da população mundial de 2 para 7 bilhões de pessoas em sete décadas fez disparar números que acusam grande impacto do ser humano no Planeta. “Nós temos de saber onde está a solução para essas questões”, fala o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto.

Esse é o mote do encontro que a Associação promoverá na próxima quinta-feira com o título ESG: desafios ambientais globais, soluções de governança locais, com Laura Valente de Macedo, que é pesquisadora associada em governança e infraestrutura urbana, no programa de administração pública e governo da FGV.

O evento é parte de uma série de encontros promovidos pela diretoria de agronomia da AEAARP, sob a coordenação do engenheiro agrônomo Leonardo Barbieri. O título dos encontros, Quinta do Amendoim, sugere que as conversas com os convidados devem extrapolar o rito de uma palestra convencional.

“A ideia é reunirmos especialistas, locais e de outras instituições, para oxigenarmos conceitos e trabalharmos juntos por essas soluções. Reclamar é simples, difícil é se dispor a colaborar. E o que estamos propondo é nos juntarmos para trilhar esse caminho mais trabalhoso”, observa Leonardo.

Os encontros da Quinta do Amendoim são gratuitos e acontecerão todas as terceiras quintas-feiras de cada mês até novembro.

Números

O cenário que será debatido no encontro é o de que o aumento populacional das últimas décadas foi combinado com a migração em massa do campo para a cidade e o aquecimento do consumo – “em 2020, consumimos os recursos do nosso Planeta em pelo menos 75% acima do disponível ou o equivalente a viver de 1,75 Terras, de acordo com a Global Footprint Network. Estamos no cheque especial da natureza”, pontua Laura.

Esse cenário provocou concentrações de gases que causam o efeito estufa em índices recordes, emissão de gases em atividades agrícola e pecuária e principalmente na produção de energia.

“A produção e a distribuição de alimentos, a proteção da biodiversidade e a redução de emissões carbônicas são questões que devem ser enfrentadas pelo conjunto da sociedade. Muitas respostas estão nas engenharias, que têm a capacidade de formular soluções que mitiguem o impacto já causado e que não resultem em novas e dolorosas consequências”, explica Laura.

Em sua visão, grandes medidas – como leis, decretos e acordos internacionais – são implementadas no nível local. “É nas cidades que começamos as verdadeiras mudanças”, fala.

Uma delas é um mutirão drive thru para descarte de todo tipo de reciclável e a outra é uma campanha exclusiva para resíduos eletrônicos

Computadores, celulares, notebooks, televisores, monitores, baterias que não são mais usados, além de tampinhas, vidro, blister (cartelas vazias de comprimidos), papel, papelão e outros resíduos recicláveis – esses são alguns dos materiais que a população pode descartar nos postos de recebimento de recicláveis em duas ações de coleta que acontecem em agosto: o Mutirão Drive Thru da Reciclagem e a Campanha de Coleta de Eletrônicos, promovidas pelos parceiros da Campanha Civilidade nas Ruas.

O Mutirão acontece dia 26 de agosto, sábado, e quem tiver materiais para descarte pode entregar na Cooperagir, das 9h30 às 16h, na Av. Antônio Gomes da Silva Junior 630 (antigo DER na Lagoinha), sem sair do carro. A ação está sendo coordenada pela representante dos Lions Clube Ribeirão Preto Centro e Lions Clube Campos Elíseos, Tania Mascioli, e pela Cooperagir. Durante todo o período, atendentes estarão na calçada para receber as doações.

Já a Campanha de Resíduos Eletrônicos acontece até dia 11 de agosto e o descarte pode ser feito na sede da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, Rua Clemente Ferreira 330, sob coordenação da engenheira ambiental Marília Vendrúsculo. A receita arrecadada com a venda do material será destinada integralmente ao Hospital de Câncer de Ribeirão Preto. Em 2022, a ação conseguiu arrecadar 501 quilos de resíduos eletrônicos.

“O descarte correto de recicláveis promove geração de renda para os recicladores, inclusão, mantem a cidade limpa, preserva o meio ambiente e contribui com a qualidade de vida nos centros urbanos”, diz o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, que lançou a campanha em 2019. 

Resíduos 

Desde o lançamento da Campanha Civilidade nas Ruas, em 2019, toneladas de blister, EPS (conhecido como IsoporR) e outros materiais foram devidamente encaminhadas para reaproveitamento nas indústrias de reciclagem. 

Em 2019, no Brasil, foram contabilizados 2 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, sendo menos de 3% descartados de maneira adequada e destinados a reciclagem, segundo o relatório Resíduos Eletrônicos no Brasil – 2021, produzido pela Greeneletron. Esse tipo de resíduo pode contaminar o meio ambiente com mercúrio, cádmio, chumbo, arsênico e berílio, sem contar a demora na decomposição.

São parceiros da Campanha Civilidade nas Ruas, além da AEAARP, que lançou o movimento em 2019, o SINCOVARP-Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto, CDL-Clube dos Dirigentes Lojistas, ABRAPEC (Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com Câncer), OAB Ribeirão Preto, além dos Lions Clubes Ribeirão Preto Centro e Campos Elíseos e os de Brodowski e Cravinhos.

Faltou pouco para Ribeirão Preto carregar o caminhão com 1 tonelada de blister (cartelas vazias de comprimidos), nesta terça, 25/7. Foram 976 quilos para União da Vitória, interior paranaense. Lá, cada cartela, que contem plástico e alumínio, será processada e entrará na fabricação de portas, rodapés e outros produtos para decoração e construção civil.

Como contrapartida, a cidade recebeu três cadeiras de rodas que serão doadas para entidades assistenciais – o Instituto Simplesmente Amor (Jd. Jardim Castelo Branco), Lar do Jovem Idoso Tio João (Vila Carvalho) e Núcleo Assistencial Mãos Unidas (Pq. Industrial Tanquinho).

A destinação correta de recicláveis é incentivada pela Campanha Civilidade nas Ruas, que foi lançada em 2019 pela AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, e é uma ação voluntária desenvolvida com parceiros para sensibilizar a população e ampliar a coleta de recicláveis. Desde então, toneladas de materiais deixaram de ir para aterros sanitários, rios e vias públicas e voltaram para a indústria.

Inclusão e renda

As doações de recicláveis feitas pela população garantem inclusão, emprego e renda para 12 recicladores que atuam na Cooperagir, a cooperativa que recebe os resíduos da Campanha Civilidade nas Ruas. É da venda desses materiais descartados pelos moradores da cidade que os recicladores cooperados tiram seu sustento. “Hoje, temos 12 cooperados que separam toneladas de material para vender a indústrias que transformam tudo isso em produtos que voltam para o mercado”, conta a gestora ambiental Kely Cristina da Silva, que coordena a cooperativa. 

“Nem todos sabem que aqui empregamos pessoas em situação de vulnerabilidade, gente que morava nas ruas, egressos do sistema penitenciário, portadores de deficiências, ex-dependentes químicos, por exemplo. E colecionamos histórias de recicladores que conseguiram diploma universitário, gente que conseguiu alugar sua primeira casa para morar, gente que sustenta a família com este trabalho”, conta Kely.

A cooperativa recebe todo tipo de material reciclável. Mas os cooperados decidiram abrir mão da venda – e consequentemente do recebimento – de três materiais: o blister, as tampinhas plásticas e os lacres de latinhas. 

A intenção é chamar atenção para a importância da reciclagem e mostrar como a destinação correta de resíduos transforma a cidade. São toneladas de material que contribuiriam com a composição da retirada mensal de cada um dos trabalhadores – uma tonelada de blister é comprada no mercado por R$ 650,00 e a tonelada de lacres e tampinhas é comercializada a R$ 800,00. E nem sempre os recicladores conseguem retirar um Salário Mínimo no mês.

“Está aí mais um motivo para que cada um destine corretamente aquilo que não serve mais para seu uso, mas pode ser reciclado. Sem contar o bem que esse tipo de atitude faz para o meio ambiente, para a cidade e como exemplo para nossas crianças”, analisa o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP.

Civilidade nas Ruas

A Campanha Civilidade nas Ruas quer, agora, ampliar a destinação de outros recicláveis: embalagens plásticas de produtos de limpeza, latinhas, garrafas pet, papel, papelão, vidro, panelas, móveis sem uso e aparelhos sem condições de uso, como ar-condicionado, computadores, radiadores etc. “São materiais valorizados por muitas indústrias que sabem reaproveitá-los em novos processos de fabricação fomentando um círculo virtuoso para a cidade, para a sociedade, para os trabalhadores”, comenta Junqueira.

São parceiros da campanha, junto com a AEAARP, o SINCOVARP-Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto, CDL-Clube dos Dirigentes Lojistas, Lions Clube Centro, Lions Clube Ribeirão Preto Campos Elíseos, ABRAPEC (Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com Câncer), OAB Ribeirão Preto, além dos Lions Clubes de Brodowski e Cravinhos.

O portal da AEAARP mantém uma lista atualizada de endereços para o descarte de materiais recicláveis. 

Alguns pontos de descarte de recicláveis 

AEAARP (R. Clemente Ferreira 330)

= blister, tampinhas plásticas e lacres de latinhas

ABRAPEC (R. Garibaldi 298)

= blister

Sincovarp e CDL (R. Lafaiete 394)

= blister

Estacionamento Catedral (R. Florêncio de Abreu 610)

= blister

Ideal Clínica (R. Florêncio de Abreu 613)

= blister

Galpão - Bairro Lagoinha (Av. Antônio Gomes Silva Jr 630)

= todo tipo de material reciclável

Cartelas coletadas na sede da Associação são reaproveitadas na fabricação de produtos para a construção civil

Desde 2019, quando a AEAARP se tornou ponto de coleta de blisters, cerca de 1,5 tonelada de cartelas recolhidas no local já foram destinadas para reaproveitamento. O volume seguiu para o interior do Paraná e vai compor a fabricação de novos produtos como portas, guarnições e rodapés, para o mercado da construção civil.

O blister é considerado a embalagem primária, aquela cartela que fica em contato direto com o medicamento e não pode ser dispensado no lixo comum. As cartelas são feitas de PVC e alumínio. Especialistas recomendam descartar blister, assim como outras embalagens primárias de medicamentos, como potes de vidro ou plástico e bisnagas de gel e creme, em postos de coleta porque estiveram em contato com o remédio e contêm substâncias químicas que podem contaminar solo e água.

O carregamento de blisters coletados pela AEAARP foi destinado para a Unicomper Portas e Rodapés, indústria paranaense com sede no município de União da Vitória, onde é reaproveitado.

Composição

O blister é composto por camadas de alumínio (cerca de 15%) e plástico (cerca de 85%). O metal é utilizado como barreira para proteção porque impede a entrada de gases e umidade e ajuda a manter as condições necessárias do princípio ativo dos medicamentos pelo tempo e uso necessários. A camada de plástico é de PVC (Polyvinyl chloride ou Policloreto de polivinila) ou PVDC (Cloreto de polivinilideno) – este é um copolímero parecido com o PVC, usado para vedar o conteúdo é muito comum em embalagens de medicamentos e alimentos.

 “O plástico é 100% reutilizável no composto que entra na fabricação de portas, rodapés, molduras e batentes na Unicomper aos quais confere propriedades como impermeabilidade, durabilidade, estabilidade térmica e resistência a fungos e cupins, por exemplo”, explica Osni de Souza, executivo da Unicomper para a área de blister. 

Reciclagem X reaproveitamento

Segundo Osni, o sistema de processamento dessas cartelas é 100% mecânico, sem qualquer contato humano e a transformação torna o material reutilizável na indústria sem risco para o meio ambiente. 

Na fábrica, as cartelas são trituradas e passam por um processo de micronização (redução das dimensões de partículas transformando-as, por quebra ou desgaste, em dimensões da ordem de micrômetros).

Depois disso, o pó segue para um sistema eletrostático (processo de alta tensão que separa materiais utilizando as diferentes condutividades elétricas das partículas) que separa o plástico do alumínio. O plástico vai compor a mistura – que inclui estabilizadores térmicos, modificadores de impacto, cargas, lubrificantes, pigmentos e outros – que alimenta as extrusoras com roscas automáticas para dar forma aos perfis, batentes, guarnições, rodapés, portas.

Uma porta, por exemplo, tem 15% de blisters. “Não tem como aumentar em função dos outros materiais que vão na composição, pois cada componente tem sua ação para uniformizar o composto que, além do blisters, tem pó de pedra, pó de madeira, PVC virgem e aditivos”, explica Osni.

Dos 15% de alumínio que compõem uma cartela de blister, a Unicomper consegue recuperar pelo menos metade e encaminha para a Ômega Metalurgia, em Itaquaquecetuba- -SP. O processo reutiliza, então, 100% do blister.

A Ômega processa de 5 a 6 mil toneladas de alumínio por mês. A título de comparação, 75 latinhas de bebidas (sucos, refrigerantes) são para gerar 1 quilo de alumínio. O alumínio é 100% reciclável e a reciclagem economiza 95% de energia elétrica em relação ao processo de produção do alumínio primário que é extraído da bauxita.

Meio ambiente

A Unicomper faz todo o processo, desde a coleta de blister até o produto final para consumo. Por ano, a empresa recupera cerca de 1.200 toneladas de blister, mas tem capacidade de processar até 1.800 toneladas no mesmo período.

A logística reversa da indústria farmacêutica, especialmente de polos industriais das regiões Sudeste e Sul do país, responde por cerca de 80 toneladas/mês na Unicomper. Já, o blister pós-consumo; ou seja, adquirido pela população e descartado após o uso do medicamento, representa cerca de 3 e 4 toneladas/mês na fábrica. 

Segundo Osni, a logística reversa no Brasil ainda pode crescer muito. “Para aumentar a destinação de blisters, temos que conscientizar a população e as empresas geradoras desse resíduo sobre os benefícios da reciclagem”, alerta.

O engenheiro Giulio Roberto Azevedo Prado, presidente da AEAARP, ressalta que é papel da sociedade civil desenvolver ações educativas para contribuir com a logística reversa e aumentar os números da reciclagem e reaproveitamento de materiais no país. “Há uma preocupação crescente da população com as questões climáticas, o meio ambiente e a qualidade de vida nos grandes centros e o apelo para adoção de hábitos sustentáveis é muito bem recebido na sociedade. Lançamos a campanha Civilidade nas Ruas pouco antes do início do isolamento social, o que impossibilitou ações presenciais, mas a população seguiu respondendo. Hoje a recepção de blister na AEAARP já é um projeto permanente”, explica.

EPS

O período de restrição de circulação e funcionamento dos negócios não diminuiu o comprometimento da população com a destinação correta do EPS, material que muitas pessoas conhecem pela marca IsoporR, e quase 20 toneladas do material já saíram de Ribeirão Preto e entraram na indústria para reciclagem.

O EPS (sigla internacional de Poliestireno Expandido) tem um projeto especial de coleta e destinação, em Ribeirão Preto, chamado Embalo Sustentável EPS. Cerca de 5% do EPS é material plástico e o restante é ar, por isso ele pode e deve ser reciclado.

Em 2019, a AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto lançou a campanha Civilidade nas Ruas, com objetivo de incentivar a destinação correta de resíduos na cidade, valorizando os projetos de sustentabilidade desenvolvidos por iniciativa da sociedade civil, dentre eles, o Embalo Sustentável EPS.

O EPS é um material que apresenta muito volume e pouco peso. A baixa densidade é um dos entraves para a logística. Porém, Ribeirão Preto conta com um equipamento que retira o ar, permitindo a diminuição significativa do volume para transporte. Periodicamente, quando a cidade alcança cerca de 2 toneladas de EPS armazenadas, o produto segue para a Santa Luzia Molduras, no município de Braço do Norte, em Santa Catarina, onde é transformado em novos produtos para decoração e construção civil, como perfis, molduras e revestimentos de pisos e paredes.

O EPS pode ser dispensado em vários pontos de coleta da cidade específicos para este material. 

A campanha Civilidade nas Ruas

Em 2019, a AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto lançou a campanha Civilidade nas Ruas, com objetivo de incentivar a destinação correta de resíduos na cidade, valorizando os projetos de sustentabilidade desenvolvidos por iniciativa da sociedade civil.

O portal da AEAARP mantém atualizada uma lista de endereços para descarte de material reciclável, incluindo blister: https://aeaarp. org.br/release/ecopontos-em-ribeirao-preto.

Hoje, 5, e amanhã, 6 de junho, marca o início da programação do meio ambiente promovida pela AEAARP (Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto). O evento é voltado para a exibição de trabalhos, debates e palestras relevantes sobre o meio ambiente. 

Hoje será exibido o filme "Nossa Floresta", que conta a história sobre a recuperação da área verde e da implantação da Floresta da USP, que aumentou em 20% a área verde da cidade, e atualmente é um importante banco genético com vegetação da Mata Atlântica. A exibição do filme acontecerá às 19h, e logo após, os participantes terão a oportunidade de participar de um bate-papo enriquecedor com especialistas na área ambiental. Estarão presentes Marília Vendrusculo, Engenheira Ambiental; Gabriel Silva Mendeleh, Diretor de Audiovisual; e José Ricardo Barosela, Biólogo.

Amanhã, 06 de junho, a programação trará uma palestra, que se inicia às 19h, com o tema "Gestão e Valorização de Resíduos para uma Economia Circular", ministrada por Edna Dias de Sá, Engenheira Sanitarista e Ambiental. O objetivo da palestra é abordar a problemática do excesso de lixo no Brasil, que figura como o quinto país no mundo em geração de resíduos. Anualmente, são produzidas mais de 11 milhões de toneladas de resíduos recicláveis, porém apenas 4% desse total é efetivamente reciclado. A palestra irá explorar como a Economia Circular pode ser uma solução para reverter esse cenário negativo e contribuir para a sustentabilidade do planeta.

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