Próxima meta é coletar 1 tonelada de blister por mês
4,5 toneladas de resíduos foram coletados em outubro e estão sendo enviados para reciclagem pela Campanha Civilidade nas Ruas. A Cooperagir, cooperativa de recicladores parceira da campanha, acaba de divulgar que foram coletadas 2,5 toneladas de papel/papelão, 300kg de latinha, 600kg de garrafas pet, 200kg de plástico e quase uma tonelada de blisters (cartelas de medicamento vazias).
A Civilidade nas Ruas recebe uma cadeira de banho a cada tonelada de blister coletada e uma cadeira de rodas a cada tonelada e meia – as cadeiras são doadas a entidades assistenciais da cidade. A meta da campanha é arrecadar uma tonelada de blister por mês. Recentemente, essa quantidade era arrecadada a cada três meses. Hoje, o período caiu para um mês e meio. Até o início de 2024, os organizadores pretendem atingir 1.000kg por mês de cartela vazias de comprimidos.
No Jardim São Luiz, onde se encontra a sede da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, idealizadora da campanha lançada em 2019, é ponto de coleta de blister, lacres de latinha e tampinhas de plástico. A entidade recebe descartáveis diariamente de moradores do bairro e de vários outros bairros da cidade, além de empresas e instituições do município.
Civilidade nas Ruas
A campanha, idealizada pela AEAARP, existe desde 2019, com objetivo de estimular a população a destinar corretamente resíduos recicláveis que são enviados para empresas que reutilizam os materiais em processos de fabricação de novos produtos.
“O processo de destinação correta de materiais pelos munícipes e encaminhamento dos recicláveis para indústrias é um ciclo virtuoso que contribui para a qualidade de vida urbana, com o meio ambiente, emprego e geração de renda. Nossa meta é aumentar significativamente esses números em 2024, reduzindo ao máximo os despejos de materiais em vias públicas”, informou o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP.
Em agosto, três cadeiras foram entregues para instituições do terceiro setor de Ribeirão Preto: Instituto Simplesmente Amor, Lar do Jovem Idoso Tio João e Núcleo Assistencial Mãos Unidas.
São parceiros da campanha, junto com a AEAARP, o SINCOVARP-Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto, CDL-Clube dos Dirigentes Lojistas, Lions Clube Ribeirão Preto Campos Elíseos, ABRAPEC (Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com Câncer), OAB Ribeirão Preto, além dos Lions Clubes de Brodowski e Cravinhos.
O engenheiro agrônomo Leonardo Barbieri, diretor de agronomia da AEAARP, considera que algumas das respostas às questões ambientais globais estão na engenharia, na arquitetura e na agronomia
O aumento da população mundial de 2 para 7 bilhões de pessoas em sete décadas fez disparar números que acusam grande impacto do ser humano no Planeta. “Nós temos de saber onde está a solução para essas questões”, fala o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto.
Esse é o mote do encontro que a Associação promoverá na próxima quinta-feira com o título ESG: desafios ambientais globais, soluções de governança locais, com Laura Valente de Macedo, que é pesquisadora associada em governança e infraestrutura urbana, no programa de administração pública e governo da FGV.
O evento é parte de uma série de encontros promovidos pela diretoria de agronomia da AEAARP, sob a coordenação do engenheiro agrônomo Leonardo Barbieri. O título dos encontros, Quinta do Amendoim, sugere que as conversas com os convidados devem extrapolar o rito de uma palestra convencional.
“A ideia é reunirmos especialistas, locais e de outras instituições, para oxigenarmos conceitos e trabalharmos juntos por essas soluções. Reclamar é simples, difícil é se dispor a colaborar. E o que estamos propondo é nos juntarmos para trilhar esse caminho mais trabalhoso”, observa Leonardo.
Os encontros da Quinta do Amendoim são gratuitos e acontecerão todas as terceiras quintas-feiras de cada mês até novembro.
Números
O cenário que será debatido no encontro é o de que o aumento populacional das últimas décadas foi combinado com a migração em massa do campo para a cidade e o aquecimento do consumo – “em 2020, consumimos os recursos do nosso Planeta em pelo menos 75% acima do disponível ou o equivalente a viver de 1,75 Terras, de acordo com a Global Footprint Network. Estamos no cheque especial da natureza”, pontua Laura.
Esse cenário provocou concentrações de gases que causam o efeito estufa em índices recordes, emissão de gases em atividades agrícola e pecuária e principalmente na produção de energia.
“A produção e a distribuição de alimentos, a proteção da biodiversidade e a redução de emissões carbônicas são questões que devem ser enfrentadas pelo conjunto da sociedade. Muitas respostas estão nas engenharias, que têm a capacidade de formular soluções que mitiguem o impacto já causado e que não resultem em novas e dolorosas consequências”, explica Laura.
Em sua visão, grandes medidas – como leis, decretos e acordos internacionais – são implementadas no nível local. “É nas cidades que começamos as verdadeiras mudanças”, fala.