O engenheiro agrônomo Leonardo Barbieri, diretor de agronomia da AEAARP, considera que algumas das respostas às questões ambientais globais estão na engenharia, na arquitetura e na agronomia

O aumento da população mundial de 2 para 7 bilhões de pessoas em sete décadas fez disparar números que acusam grande impacto do ser humano no Planeta. “Nós temos de saber onde está a solução para essas questões”, fala o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto.

Esse é o mote do encontro que a Associação promoverá na próxima quinta-feira com o título ESG: desafios ambientais globais, soluções de governança locais, com Laura Valente de Macedo, que é pesquisadora associada em governança e infraestrutura urbana, no programa de administração pública e governo da FGV.

O evento é parte de uma série de encontros promovidos pela diretoria de agronomia da AEAARP, sob a coordenação do engenheiro agrônomo Leonardo Barbieri. O título dos encontros, Quinta do Amendoim, sugere que as conversas com os convidados devem extrapolar o rito de uma palestra convencional.

“A ideia é reunirmos especialistas, locais e de outras instituições, para oxigenarmos conceitos e trabalharmos juntos por essas soluções. Reclamar é simples, difícil é se dispor a colaborar. E o que estamos propondo é nos juntarmos para trilhar esse caminho mais trabalhoso”, observa Leonardo.

Os encontros da Quinta do Amendoim são gratuitos e acontecerão todas as terceiras quintas-feiras de cada mês até novembro.

Números

O cenário que será debatido no encontro é o de que o aumento populacional das últimas décadas foi combinado com a migração em massa do campo para a cidade e o aquecimento do consumo – “em 2020, consumimos os recursos do nosso Planeta em pelo menos 75% acima do disponível ou o equivalente a viver de 1,75 Terras, de acordo com a Global Footprint Network. Estamos no cheque especial da natureza”, pontua Laura.

Esse cenário provocou concentrações de gases que causam o efeito estufa em índices recordes, emissão de gases em atividades agrícola e pecuária e principalmente na produção de energia.

“A produção e a distribuição de alimentos, a proteção da biodiversidade e a redução de emissões carbônicas são questões que devem ser enfrentadas pelo conjunto da sociedade. Muitas respostas estão nas engenharias, que têm a capacidade de formular soluções que mitiguem o impacto já causado e que não resultem em novas e dolorosas consequências”, explica Laura.

Em sua visão, grandes medidas – como leis, decretos e acordos internacionais – são implementadas no nível local. “É nas cidades que começamos as verdadeiras mudanças”, fala.

Uma delas é um mutirão drive thru para descarte de todo tipo de reciclável e a outra é uma campanha exclusiva para resíduos eletrônicos

Computadores, celulares, notebooks, televisores, monitores, baterias que não são mais usados, além de tampinhas, vidro, blister (cartelas vazias de comprimidos), papel, papelão e outros resíduos recicláveis – esses são alguns dos materiais que a população pode descartar nos postos de recebimento de recicláveis em duas ações de coleta que acontecem em agosto: o Mutirão Drive Thru da Reciclagem e a Campanha de Coleta de Eletrônicos, promovidas pelos parceiros da Campanha Civilidade nas Ruas.

O Mutirão acontece dia 26 de agosto, sábado, e quem tiver materiais para descarte pode entregar na Cooperagir, das 9h30 às 16h, na Av. Antônio Gomes da Silva Junior 630 (antigo DER na Lagoinha), sem sair do carro. A ação está sendo coordenada pela representante dos Lions Clube Ribeirão Preto Centro e Lions Clube Campos Elíseos, Tania Mascioli, e pela Cooperagir. Durante todo o período, atendentes estarão na calçada para receber as doações.

Já a Campanha de Resíduos Eletrônicos acontece até dia 11 de agosto e o descarte pode ser feito na sede da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, Rua Clemente Ferreira 330, sob coordenação da engenheira ambiental Marília Vendrúsculo. A receita arrecadada com a venda do material será destinada integralmente ao Hospital de Câncer de Ribeirão Preto. Em 2022, a ação conseguiu arrecadar 501 quilos de resíduos eletrônicos.

“O descarte correto de recicláveis promove geração de renda para os recicladores, inclusão, mantem a cidade limpa, preserva o meio ambiente e contribui com a qualidade de vida nos centros urbanos”, diz o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, que lançou a campanha em 2019. 

Resíduos 

Desde o lançamento da Campanha Civilidade nas Ruas, em 2019, toneladas de blister, EPS (conhecido como IsoporR) e outros materiais foram devidamente encaminhadas para reaproveitamento nas indústrias de reciclagem. 

Em 2019, no Brasil, foram contabilizados 2 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, sendo menos de 3% descartados de maneira adequada e destinados a reciclagem, segundo o relatório Resíduos Eletrônicos no Brasil – 2021, produzido pela Greeneletron. Esse tipo de resíduo pode contaminar o meio ambiente com mercúrio, cádmio, chumbo, arsênico e berílio, sem contar a demora na decomposição.

São parceiros da Campanha Civilidade nas Ruas, além da AEAARP, que lançou o movimento em 2019, o SINCOVARP-Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto, CDL-Clube dos Dirigentes Lojistas, ABRAPEC (Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com Câncer), OAB Ribeirão Preto, além dos Lions Clubes Ribeirão Preto Centro e Campos Elíseos e os de Brodowski e Cravinhos.

Marcos Antônio realizou o sonho de se tornar engenheiro e receberá carteira de identificação profissional na AEAARP

No dia 7 de agosto, às 11h, a AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto e o CREA/SP-Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo vão entregar ao Marcos Antônio Jerônimo de Melo as carteirinhas de associado e a de identificação profissional. Marcos tem 82 anos e, segundo o CREA-SP, é um dos brasileiros com mais idade a se graduar em engenharia.

Ele é policial militar aposentado e descende de um dos técnicos que colocaram no ar a segunda emissora de rádio que surgiu no país, a PRA-7. Desde jovem, sonhava com a formação acadêmica e Engenharia era uma das áreas prediletas. 

Eventualmente, começou a cursar direito em uma universidade local, mas acabou abandonando em benefício da criação dos filhos. Foi um deles, Marcelo, que o incentivou a ingressar na faculdade de Engenharia de Produção – que, inclusive, cursaram e concluíram juntos.

No evento da próxima segunda-feira, 7 de agosto, batizado de “Engenharia não tem idade”, além de Marcos e Marcelo, outros novos profissionais da Engenharia, Agronomia e Geologia receberão suas carteiras do CREA-SP. A solenidade contará com a presença do engenheiro Vinícius Marchese, presidente do Conselho, e autoridades locais.

Faltou pouco para Ribeirão Preto carregar o caminhão com 1 tonelada de blister (cartelas vazias de comprimidos), nesta terça, 25/7. Foram 976 quilos para União da Vitória, interior paranaense. Lá, cada cartela, que contem plástico e alumínio, será processada e entrará na fabricação de portas, rodapés e outros produtos para decoração e construção civil.

Como contrapartida, a cidade recebeu três cadeiras de rodas que serão doadas para entidades assistenciais – o Instituto Simplesmente Amor (Jd. Jardim Castelo Branco), Lar do Jovem Idoso Tio João (Vila Carvalho) e Núcleo Assistencial Mãos Unidas (Pq. Industrial Tanquinho).

A destinação correta de recicláveis é incentivada pela Campanha Civilidade nas Ruas, que foi lançada em 2019 pela AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, e é uma ação voluntária desenvolvida com parceiros para sensibilizar a população e ampliar a coleta de recicláveis. Desde então, toneladas de materiais deixaram de ir para aterros sanitários, rios e vias públicas e voltaram para a indústria.

Inclusão e renda

As doações de recicláveis feitas pela população garantem inclusão, emprego e renda para 12 recicladores que atuam na Cooperagir, a cooperativa que recebe os resíduos da Campanha Civilidade nas Ruas. É da venda desses materiais descartados pelos moradores da cidade que os recicladores cooperados tiram seu sustento. “Hoje, temos 12 cooperados que separam toneladas de material para vender a indústrias que transformam tudo isso em produtos que voltam para o mercado”, conta a gestora ambiental Kely Cristina da Silva, que coordena a cooperativa. 

“Nem todos sabem que aqui empregamos pessoas em situação de vulnerabilidade, gente que morava nas ruas, egressos do sistema penitenciário, portadores de deficiências, ex-dependentes químicos, por exemplo. E colecionamos histórias de recicladores que conseguiram diploma universitário, gente que conseguiu alugar sua primeira casa para morar, gente que sustenta a família com este trabalho”, conta Kely.

A cooperativa recebe todo tipo de material reciclável. Mas os cooperados decidiram abrir mão da venda – e consequentemente do recebimento – de três materiais: o blister, as tampinhas plásticas e os lacres de latinhas. 

A intenção é chamar atenção para a importância da reciclagem e mostrar como a destinação correta de resíduos transforma a cidade. São toneladas de material que contribuiriam com a composição da retirada mensal de cada um dos trabalhadores – uma tonelada de blister é comprada no mercado por R$ 650,00 e a tonelada de lacres e tampinhas é comercializada a R$ 800,00. E nem sempre os recicladores conseguem retirar um Salário Mínimo no mês.

“Está aí mais um motivo para que cada um destine corretamente aquilo que não serve mais para seu uso, mas pode ser reciclado. Sem contar o bem que esse tipo de atitude faz para o meio ambiente, para a cidade e como exemplo para nossas crianças”, analisa o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP.

Civilidade nas Ruas

A Campanha Civilidade nas Ruas quer, agora, ampliar a destinação de outros recicláveis: embalagens plásticas de produtos de limpeza, latinhas, garrafas pet, papel, papelão, vidro, panelas, móveis sem uso e aparelhos sem condições de uso, como ar-condicionado, computadores, radiadores etc. “São materiais valorizados por muitas indústrias que sabem reaproveitá-los em novos processos de fabricação fomentando um círculo virtuoso para a cidade, para a sociedade, para os trabalhadores”, comenta Junqueira.

São parceiros da campanha, junto com a AEAARP, o SINCOVARP-Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto, CDL-Clube dos Dirigentes Lojistas, Lions Clube Centro, Lions Clube Ribeirão Preto Campos Elíseos, ABRAPEC (Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com Câncer), OAB Ribeirão Preto, além dos Lions Clubes de Brodowski e Cravinhos.

O portal da AEAARP mantém uma lista atualizada de endereços para o descarte de materiais recicláveis. 

Alguns pontos de descarte de recicláveis 

AEAARP (R. Clemente Ferreira 330)

= blister, tampinhas plásticas e lacres de latinhas

ABRAPEC (R. Garibaldi 298)

= blister

Sincovarp e CDL (R. Lafaiete 394)

= blister

Estacionamento Catedral (R. Florêncio de Abreu 610)

= blister

Ideal Clínica (R. Florêncio de Abreu 613)

= blister

Galpão - Bairro Lagoinha (Av. Antônio Gomes Silva Jr 630)

= todo tipo de material reciclável

Associação representa os profissionais há 75 anos e recebeu uma placa do Conselho em reconhecimento pela história 

A Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP) foi homenageada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP). A entidade de classe, que completou 75 anos, foi prestigiada durante a sessão plenária do Crea-SP do último dia 20/07, na capital paulista.

“As associações são o elo entre o Conselho e os profissionais nos municípios. A homenagem é mais que justa, pois a AEAARP atende a área tecnológica há mais de sete décadas. Agradecemos a parceria e colocamos o Conselho à disposição para as entidades e, assim, avançarmos em ações que valorizem os profissionais das Engenharias, Agronomia e Geociências”, destacou o presidente do Crea-SP, Eng. Vinicius Marchese.

O presidente da AEAARP, Engenheiro Fernando Paoliello Junqueira, agradeceu a homenagem e ressaltou a importância da aproximação do Conselho com as entidades para o desenvolvimento dos profissionais do município e em todo o Estado. “O estreitamento das associações com o Crea-SP é fundamental para que os profissionais contribuam para a difusão das funções do Conselho, que, inclusive, oferece segurança jurídica para a própria classe. Temos feito forças-tarefas e diversas ações em conjunto, mostrando que o trabalho da autarquia não visa somente a fiscalização, mas sim impulsionar a carreira dos profissionais junto às entidades”, destacou. 

Na ocasião, ele recebeu uma placa em consagração aos trabalhos prestados da associação durante todos esses anos pelos profissionais da área tecnológica no município de Ribeirão Preto.

Evento faz parte de série de encontros de técnicos da secretaria com especialistas da Associação a fim de cooperarem com o tema

Na próxima quarta-feira, 19 de julho, profissionais do setor da construção civil e técnicos da SAERP-Secretaria de Água e Esgoto de Ribeirão Preto, se reunirão na AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto com uma pauta estratégica para o futuro da cidade: o sistema de abastecimento de água.

“Estamos trabalhando em cooperação com o poder público sobre esse tema desde o início de 2022. O futuro do abastecimento da cidade é essencial para todas as atividades, principalmente a construção civil”, conta o engenheiro Fernando Junqueira, presidente da Associação.

O engenheiro Paulo Sinelli, especialista em saneamento, relata que técnicos da SAERP vêm apresentando e debatendo com a AEAARP o sistema de abastecimento de água e de esgotamento sanitário ao longo dos anos, mostrando os projetos desenvolvidos pela Secretaria, principalmente aqueles que impactam nas aprovações de empreendimentos. 

“Estamos com essa parceria com a AEAARP desde que assumimos a SAERP e é sempre muito bom dialogar com os associados, trazer novas informações e discutir com este corpo técnico tão qualificado soluções para o abastecimento de Ribeirão Preto. Depois de muita luta, tivemos a aprovação do projeto de estudo de captação do Rio Pardo, o qual vamos mostrar neste evento”, enfatizou Antonio Carlos de Oliveira JR., secretário da SAERP.

Para o engenheiro Paulo Sinelli, esse é um dos mais preocupantes gargalos: “O que precisamos fazer neste momento não é solucionar a questão do abastecimento para hoje ou amanhã. Nosso desafio é garantir que no futuro as pessoas e o setor produtivo tenham condições de viver e investir na cidade com segurança”, explica.

De acordo com o ranking divulgado neste ano pelo Instituto Trata Brasil, Ribeirão Preto está entre os municípios com melhores indicadores em atendimento urbano de água e esgoto: 99,59% do esgoto coletado, 100% tratado e 100% de atendimento urbano de água. A cidade, no entanto, ainda está entre as que mais sofrem perdas de água no sistema – cerca de 47%.

O evento na AEAARP será dia 19/07, quarta-feira, às 14h30, com entrada gratuita pela Rua Clemente Ferreira, 330.

Normas regulamentadoras são um conjunto de diretrizes e regulamentos que têm como objetivo principal orientar os procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e à saúde dos trabalhadores

A AEAARP- Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, promove evento voltado para gestão de NRs- Normas Regulamentadoras, no dia 6 de julho, das 9h às 17h. 

A engenheira civil e de segurança no trabalho, vice-presidente da AEAARP e conselheira do CREA-SP, Maria Mercedes Furegato Pedreira de Freitas, falará sobre a inserção institucional da Segurança do Trabalho no Conselho na primeira palestra do evento, às 9h30.

Na sequência, o engenheiro eletricista Rodrigo Vaz fará uma apresentação sobre "Desafios na Gestão da NR-10 - Instalações Elétricas nas Indústrias". 

Victor Cavallari, neurocientista, doutor em psicobiologia pela USP de Ribeirão Preto, vai palestrar sobre saúde e segurança às 11h15 e às 11h45 Carlos Gustavo Jacoia falará sobre os desafios da segurança do trabalho no setor da agroindústria. 

A última apresentação da manhã será de Ricardo Pavan, que fará uma apresentação sobre "Proteções Coletivas em Trabalhos em Altura" às 12h30. 

A tarde, Antonio Carlos Vendrame vai falar sobre carga tributária; depois, André Machado fará palestra sobre o uso adequado de redes em obras de construção e o engenheiro de segurança do trabalho Antônio Pereira do Nascimento falará sobre "Gestão de Máquinas e Equipamentos na Indústria - NR-12 - Inventário de Máquinas".

Duas empresas apresentarão seus cases: a Casa do Construtor no período da manhã e a Eurobras no final do dia, encerrando a programação.

O evento é gratuito e a inscrição pode ser feita no site www.aeaarp.org.br.

A pauta sobre sustentabilidade une a OAB Ribeirão Preto à campanha Civilidade nas Ruas, lançada em 2019 pela AEAARP - Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto, com objetivo de aumentar a destinação de resíduos para reciclagem. Em reunião realizada na AEAARP, nesta quarta-feira, 21 de junho, as duas entidades selaram parceria para ampliar a destinação de resíduos para reciclagem na cidade.

Já são parceiros o SINCOVARP-Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto, CDL-Clube dos Dirigentes Lojistas, Lions Clube Centro, Lions Clube Ribeirão Preto Campos Elíseos, ABRAPEC (Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com Câncer), além dos Lions Clubes de Brodowski e Cravinhos.

Toneladas de EPS (conhecido como IsoporR), blister (cartelas vazias de comprimidos), além de papel, papelão, latinhas, garrafas pet, vidro, tampinhas de plástico, lacres de latinhas têm sido destinadas a empresas de reciclagem que reaproveitam os materiais em processos industriais evitando poluição da cidade, acúmulo em lixões clandestinos e contribuindo para diminuir a quantidade de resíduos nas vias públicas. “É uma ação de responsabilidade social, alinhada com parceiros que têm conseguido grandes resultados, por isso, vamos ampliar as parcerias e fazer desta campanha um pacto pela sustentabilidade”, comenta o presidente da AEAARP, engenheiro Fernando Junqueira.

“Conhecemos a campanha e começamos agora a fazer um chamamento aos 9 mil advogados da OAB Ribeirão Preto para que participem destinando corretamente os resíduos. A campanha Civilidade nas Ruas contribui com geração de renda, inserção social, sem contar a contribuição ao espaço público e ao meio ambiente, questões que estão em sintonia com o debate mundial”, disse o presidente da entidade, advogado Alexandre Nuti.

Presentes à reunião, além do engenheiro Fernando Junqueira e o advogado Alexandre Nuti, estavam a gestora ambiental Kelly Cristina, o diretor administrativo da AEAARP, Luiz Menegucci, e as jornalistas, Daniela Antunes e Blanche Amancio.

O portal da AEAARP mantém uma lista atualizada de endereços, que agora conta com a sede da OAB em Ribeirão, para o descarte de materiais recicláveis. A lista está disponível no link: https://aeaarp.org.br/release/ecopontos-em-ribeirao-preto .

A AEAARP - Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto realiza, no dia 26 de junho, às 19h, a oficina “Horta em Casa", ministrada por Roberval Manoel dos Santos, especialista nesse tema.

Segundo o IBGE, 10,5 milhões de brasileiros produzem algo dentro de casa para consumo próprio, um fenômeno que se acentuou nos últimos anos. 

Roberval alerta que produzir hortaliças em casa é uma atividade simples, mas que requer alguns cuidados. “Algumas plantas, como a hortelã, são mais individuais e respondem melhor sozinhas. O local tem que ser adequado, a irrigação feita de maneira certa”, explicou o técnico agrícola.

Seguir orientações técnicas, explica Roberval, poupa esforços em futuros ajustes de rega, luminosidade e até mesmo a localização do canteiro ou dos vasos. “A orientação ajuda para a pessoa ter o melhor resultado nessa experiência”, concluiu.

O número de vagas para a oficina Horta em Casa é limitado e a inscrição é gratuita no site.

Cartelas coletadas na sede da Associação são reaproveitadas na fabricação de produtos para a construção civil

Desde 2019, quando a AEAARP se tornou ponto de coleta de blisters, cerca de 1,5 tonelada de cartelas recolhidas no local já foram destinadas para reaproveitamento. O volume seguiu para o interior do Paraná e vai compor a fabricação de novos produtos como portas, guarnições e rodapés, para o mercado da construção civil.

O blister é considerado a embalagem primária, aquela cartela que fica em contato direto com o medicamento e não pode ser dispensado no lixo comum. As cartelas são feitas de PVC e alumínio. Especialistas recomendam descartar blister, assim como outras embalagens primárias de medicamentos, como potes de vidro ou plástico e bisnagas de gel e creme, em postos de coleta porque estiveram em contato com o remédio e contêm substâncias químicas que podem contaminar solo e água.

O carregamento de blisters coletados pela AEAARP foi destinado para a Unicomper Portas e Rodapés, indústria paranaense com sede no município de União da Vitória, onde é reaproveitado.

Composição

O blister é composto por camadas de alumínio (cerca de 15%) e plástico (cerca de 85%). O metal é utilizado como barreira para proteção porque impede a entrada de gases e umidade e ajuda a manter as condições necessárias do princípio ativo dos medicamentos pelo tempo e uso necessários. A camada de plástico é de PVC (Polyvinyl chloride ou Policloreto de polivinila) ou PVDC (Cloreto de polivinilideno) – este é um copolímero parecido com o PVC, usado para vedar o conteúdo é muito comum em embalagens de medicamentos e alimentos.

 “O plástico é 100% reutilizável no composto que entra na fabricação de portas, rodapés, molduras e batentes na Unicomper aos quais confere propriedades como impermeabilidade, durabilidade, estabilidade térmica e resistência a fungos e cupins, por exemplo”, explica Osni de Souza, executivo da Unicomper para a área de blister. 

Reciclagem X reaproveitamento

Segundo Osni, o sistema de processamento dessas cartelas é 100% mecânico, sem qualquer contato humano e a transformação torna o material reutilizável na indústria sem risco para o meio ambiente. 

Na fábrica, as cartelas são trituradas e passam por um processo de micronização (redução das dimensões de partículas transformando-as, por quebra ou desgaste, em dimensões da ordem de micrômetros).

Depois disso, o pó segue para um sistema eletrostático (processo de alta tensão que separa materiais utilizando as diferentes condutividades elétricas das partículas) que separa o plástico do alumínio. O plástico vai compor a mistura – que inclui estabilizadores térmicos, modificadores de impacto, cargas, lubrificantes, pigmentos e outros – que alimenta as extrusoras com roscas automáticas para dar forma aos perfis, batentes, guarnições, rodapés, portas.

Uma porta, por exemplo, tem 15% de blisters. “Não tem como aumentar em função dos outros materiais que vão na composição, pois cada componente tem sua ação para uniformizar o composto que, além do blisters, tem pó de pedra, pó de madeira, PVC virgem e aditivos”, explica Osni.

Dos 15% de alumínio que compõem uma cartela de blister, a Unicomper consegue recuperar pelo menos metade e encaminha para a Ômega Metalurgia, em Itaquaquecetuba- -SP. O processo reutiliza, então, 100% do blister.

A Ômega processa de 5 a 6 mil toneladas de alumínio por mês. A título de comparação, 75 latinhas de bebidas (sucos, refrigerantes) são para gerar 1 quilo de alumínio. O alumínio é 100% reciclável e a reciclagem economiza 95% de energia elétrica em relação ao processo de produção do alumínio primário que é extraído da bauxita.

Meio ambiente

A Unicomper faz todo o processo, desde a coleta de blister até o produto final para consumo. Por ano, a empresa recupera cerca de 1.200 toneladas de blister, mas tem capacidade de processar até 1.800 toneladas no mesmo período.

A logística reversa da indústria farmacêutica, especialmente de polos industriais das regiões Sudeste e Sul do país, responde por cerca de 80 toneladas/mês na Unicomper. Já, o blister pós-consumo; ou seja, adquirido pela população e descartado após o uso do medicamento, representa cerca de 3 e 4 toneladas/mês na fábrica. 

Segundo Osni, a logística reversa no Brasil ainda pode crescer muito. “Para aumentar a destinação de blisters, temos que conscientizar a população e as empresas geradoras desse resíduo sobre os benefícios da reciclagem”, alerta.

O engenheiro Giulio Roberto Azevedo Prado, presidente da AEAARP, ressalta que é papel da sociedade civil desenvolver ações educativas para contribuir com a logística reversa e aumentar os números da reciclagem e reaproveitamento de materiais no país. “Há uma preocupação crescente da população com as questões climáticas, o meio ambiente e a qualidade de vida nos grandes centros e o apelo para adoção de hábitos sustentáveis é muito bem recebido na sociedade. Lançamos a campanha Civilidade nas Ruas pouco antes do início do isolamento social, o que impossibilitou ações presenciais, mas a população seguiu respondendo. Hoje a recepção de blister na AEAARP já é um projeto permanente”, explica.

EPS

O período de restrição de circulação e funcionamento dos negócios não diminuiu o comprometimento da população com a destinação correta do EPS, material que muitas pessoas conhecem pela marca IsoporR, e quase 20 toneladas do material já saíram de Ribeirão Preto e entraram na indústria para reciclagem.

O EPS (sigla internacional de Poliestireno Expandido) tem um projeto especial de coleta e destinação, em Ribeirão Preto, chamado Embalo Sustentável EPS. Cerca de 5% do EPS é material plástico e o restante é ar, por isso ele pode e deve ser reciclado.

Em 2019, a AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto lançou a campanha Civilidade nas Ruas, com objetivo de incentivar a destinação correta de resíduos na cidade, valorizando os projetos de sustentabilidade desenvolvidos por iniciativa da sociedade civil, dentre eles, o Embalo Sustentável EPS.

O EPS é um material que apresenta muito volume e pouco peso. A baixa densidade é um dos entraves para a logística. Porém, Ribeirão Preto conta com um equipamento que retira o ar, permitindo a diminuição significativa do volume para transporte. Periodicamente, quando a cidade alcança cerca de 2 toneladas de EPS armazenadas, o produto segue para a Santa Luzia Molduras, no município de Braço do Norte, em Santa Catarina, onde é transformado em novos produtos para decoração e construção civil, como perfis, molduras e revestimentos de pisos e paredes.

O EPS pode ser dispensado em vários pontos de coleta da cidade específicos para este material. 

A campanha Civilidade nas Ruas

Em 2019, a AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto lançou a campanha Civilidade nas Ruas, com objetivo de incentivar a destinação correta de resíduos na cidade, valorizando os projetos de sustentabilidade desenvolvidos por iniciativa da sociedade civil.

O portal da AEAARP mantém atualizada uma lista de endereços para descarte de material reciclável, incluindo blister: https://aeaarp. org.br/release/ecopontos-em-ribeirao-preto.

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