Reconhecido pelo potencial econômico, o bambu pode ser utilizado nas indústrias de alimentos, cosméticos e construção civil
Há dois lugares no mundo onde não existem bambus nativos: na Europa e na Antártida. Em todos os outros continentes somam-se 1.300 espécies, a maioria nos países asiáticos - China, Japão, Tailândia, Indonésia, Malásia, Myamar – onde também o uso desse material é milenar.
Índia, Bangladesh, países das Américas Central e do Sul, África e Austrália têm espécies nativas de bambu.
O bambu pode substituir ou complementar outras matérias primas, como fibra, carvão vegetal e madeira, e é matéria-prima para revestimentos e estruturas na construção civil e para movelaria e artesanato. Do ponto de vista ambiental, a planta promove enriquecimento químico e físico do solo e pode ser usada para recuperação de áreas degradadas.
Vantagens
O bambu se adapta às mais diversas condições ambientais, não exige grandes cuidados com a manutenção e é de fácil manejo, além de ter custo reduzido de implantação, característica que atrai investidores.
Quando adequadamente manejado, tem elevada produção de biomassa em curto período de tempo, em comparação a outras espécies usadas na silvicultura, como o pinus e eucalipto, por exemplo.
Não possui a necessidade de replantio após as colheitas, já que novos colmos são produzidos anualmente, por um período que varia de acordo com a espécie. Outra vantagem é a boa qualidade de suas fibras, que podem ser usadas na indústria de papel e celulose, na formulação de produtos que exigem maior resistência ao rasgo e capacidade de carga, como os sacos para cimento.
O bambu cresce rápido e por isso mesmo sequestra mais gás carbônico do ar do que outras plantas. “Há registros de taxas de crescimento da ordem de 10 cm/dia a 100 cm/dia em condições ambientais favoráveis. Em seis meses de crescimento, um colmo de um bambu gigante pode atingir a altura de 20m a 25m”, destaca Luiz Barbieri.
Muitos bambus são conhecidos por seus efeitos biológicos – são antioxidantes, antirradicais livres, antienvelhecimento, antibacterianos – e também podem ser usados na prevenção de doenças cardiovasculares, segundo Maria Tereza Grombone Guaratini, pesquisadora do Instituto de Botânica de São Paulo.
O destino industrial da planta é a indústria de papel e celulose, bebidas e cosméticos. Existem pesquisas sobre a aplicação na área de nanotecnologia – uma delas seria a obtenção de nanopartículas de carvão ativado, usadas para a fabricação de filtros de alta eficiência.
O bambu ainda pode ser utilizado como fonte de alimentação, por meio de brotos e farinhas, conforme pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp.
Cenário do Bambu
No Brasil, o bambu é encontrado em maior concentração na Amazônia. Existem cerca de 260 espécies no país, distribuídas em 35 gêneros. Entre as principais espécies estão a Bambusa vulgaris, Bambusa vulgaris variedade vittata, Bambusa tuldoides, Dendrocalamus asper, Guadua angustifolia, Phyllostachys aurea (cana-da-índia ou vara-de-pescar) e Phyllostachys pubescens (“Mossô”).
O engenheiro agrícola Antonio Ludovico Beraldo, professor titular aposentado da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp, conta que o bambu chegou ao país com os colonizadores portugueses, trazidos de suas possessões na Ásia (Goa e Cantão). Segundo ele, as primeiras espécies pertenciam aos gêneros Bambusa e Dendrocalamus, posteriormente, espécies de bambus do gênero Phyllostachys foram trazidas pelos imigrantes japoneses.
“No entanto, o Brasil apresenta uma grande quantidade de espécies de bambus nativos, que ocorrem em ambiente de mata, sendo ainda praticamente desconhecidos pela população”, afirma Antonio, que é co-autor dos livros “Bambu de Corpo e Alma” e “Bambu: Características e Aplicações em Engenharia e na Arquitetura”.
É no Estado do Acre que está a maior reserva natural em espécies nativas de bambu no mundo, com 4,5 milhões de hectares, o que corresponde a 20,4% do total dos 22 milhões de hectares plantados em todo o planeta, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A floresta é constituída principalmente pela espécie gigante Guadua aff chaparensis e em menor escala, pelo Guadua sarcocarpa. “Eu costumo dizer que, se a colonização do Brasil tivesse começado pelo Acre, certamente, hoje, seríamos, juntamente com a China, a Índia e o Japão, uma dessas potências do bambu industrializado”, afirma o engenheiro agrônomo José Luiz Barbieri.
A floresta vem sendo estudada por várias instituições de pesquisa. A Embrapa Acre desenvolveu, entre 2009 a 2016, pesquisas com bambu nativo do gênero Guadua.
“Os resultados estão sendo utilizados para a conservação dos recursos genéticos e para o manejo sustentável das populações nativas de bambu”, detalha o engenheiro agrônomo Elias Melo de Miranda, pesquisador da Embrapa Acre.
Em São Paulo
No Estado de São Paulo, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) mantém, na Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) de Tatuí, o Banco Ativo de Germoplasma de Bambu. São 70 espécies, distribuídas em uma área de aproximadamente dois hectares. É considerada a maior coleção existente na América Latina.
O engenheiro agrônomo Marcelo Ticelli, pesquisador científico e chefe da UPD Tatuí, conta que a implantação teve início por volta do ano de 1956 até 1963 e as espécies introduzidas foram trazidas dos Estados Unidos, Peru, Porto Rico, El Salvador, Portugal, Trinidad.
Em 2014, novas espécies trazidas da China foram inseridas na coleção, formada por gêneros de bambus exóticos, como o Dendrocalamus, Phyllostachys, Bambusa, Guadua, Thyrsostachys, Gigantochloa, Pseudosasa, Ochlandra e também diversas espécies raras, como a Ochlandra travancorica, Thirsostachys siamenses, Thirsostachys olliveri, Phyllostachys makinoi, Bambusa bambos e Dendrocalamus sikkimensis.
De acordo com Antonio Beraldo, o bambu é plantado principalmente por pequenos produtores.
Economia
Comercialmente, o bambu chama a atenção há pouco tempo. Em 2011, foi aprovada a Lei do Bambu (Lei nº 12.484/2011), que instituiu a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu (PNMCB), com o objetivo de incentivar o manejo sustentável e o cultivo das espécies nativas e entre os agricultores familiares.
Em 2017, o país foi incorporado como o 43º país membro da Rede Internacional de Bambu e Rattan (INBAR), entidade intergovernamental que reúne os países protagonistas no mercado mundial do bambu e movimentam cerca de 60 bilhões de dólares ao ano.
Segundo Elias, pesquisador da Embrapa Acre, a criação da Rede Brasileira do Bambu (RBB), de perfil acadêmico, e da Associação Brasileira dos Produtores de Bambu (Aprobambu), que busca incentivar as pesquisas e o empreendedorismo, possibilitou a divulgação e promoção do bambu como alternativa econômica.
“Trata-se de um recurso rapidamente renovável que pode ser fonte contínua de matéria-prima para diferentes mercados e uma opção de negócio sustentável”, fala o pesquisador.
Desvantagens
Diversas espécies de bambus lenhosos raramente produzem sementes e, quando isso ocorre, as sementes são de baixa viabilidade germinativa, tornando a obtenção de mudas para plantações em larga escala um fator limitante.
Para a produção de mudas para plantações comerciais é recomendado o uso da propagação in vitro ou micropropagação. “A produção de mudas em pequena escala é um processo lento e pode ser feito por propagação vegetativa convencional, ou seja, por meio do enraizamento de segmentos de colmos com nós ou de ramos secundários. Após o processo de enraizamento é possível multiplicar as mudas pelo desmembramento dos perfilhos que são emitidos de cada muda original”, explica Elias.
O engenheiro agrônomo alerta que é necessário ter cuidado com espécies de hábito de crescimento do tipo alastrante por serem plantas muito agressivas na ocupação espacial do terreno, podendo se transformar em invasoras. “A canada-índia ou bambu mirim (P. aurea), por exemplo, deve ser manejada para evitar que se alastre para locais indesejados, pois a dificuldade e o custo para a erradicação podem ser elevados”.
A vulnerabilidade ao ataque de insetos xilófagos e fungos, devido ao seu elevado teor de amido, também é uma desvantagem. “Entretanto, o tratamento químico dos colmos por imersão praticamente elimina este problema”, ressalta o agrônomo
José Luiz.
Escola de bambu - Inspira investimento
Agrônomo ribeirão-pretano frequentou escola feita com bambus em 1950 e decidiu investir na planta
O engenheiro agrônomo José Luiz Barbieri é um admirador de bambu. Nos anos de 1980, ao adquirir algumas terras em Uberaba (MG), iniciou o plantio com a espécie Dendrocalamus asper.
Foi a memória afeita da infância no “Jardim da Infância Machado de Assis”, que ele frequentou nos anos de 1950, que incentivou o investimento. A escola, que funcionava dentro do Parque Municipal do Morro de São Bento, em Ribeirão Preto, era totalmente construída com bambus gigantes, da espécie Dendrocalamus asper, inclusive o telhado.
Hoje, José Luiz possui um banco de germoplasma de bambu, com 11 das 20 espécies mais importantes do mundo, voltado, principalmente, para a construção, arquitetura, decoração, movelaria e artesanato.
Bambu: alternativa construtiva
Planta é utilizada em sistemas construtivos e pode substituir o aço no reforço de estruturas de concreto
O uso do bambu na construção civil movimenta US$ 30 bilhões na China, que responde por metade do mercado mundial, segundo informações do estudo “Economia do Bambu no Brasil: Tecnologia e Inovação na Cadeia Produtiva – Perspectivas e Desafios” realizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Fora da China, em países da América Latina – Colômbia, Costa Rica e Equador, por exemplo – existem projetos bem-sucedidos de habitações populares com fins de interesse social e até de grandes edificações, como pavilhões de exposições, hotéis e edifícios verticais.
O mercado, segundo o engenheiro civil Vitor Marçal, tem sido atraído pela versatilidade dessa matéria-prima – leve, resistente e de fácil manuseio – e pela boa imagem pública que essas construções proporcionam. Vitor é secretário executivo da Associação Brasileira de Produtores de Bambu (Aprobambu) e acrescenta que, além dessas características, a planta também é suficientemente resistente para manter as características de estruturas no decorrer do tempo de uso.
“É um elemento construtivo que pode agregar bastante ao setor da construção civil. A beleza estética e o grande apelo ecológico são características interessantes para seu uso, diminuindo consideravelmente o custo energético para produção desse material, seu beneficiamento, aproveitamento e acabamento final”, destaca o engenheiro.
De acordo com a Maria Tereza Grombone Guaratini, pesquisadora do Instituto de Botânica de São Paulo, bambus são considerados um dos mais importantes e valiosos recursos florestais não madeireiros. “Os bambus lenhosos possuem propriedades físicas e mecânicas que os tornam adequados para serem utilizados no desenvolvimento de produtos normalmente produzidos com madeira nativa ou de reflorestamento”, destaca.
Aplicação
O bambu pode ser aproveitado nos mais diversos segmentos da construção civil, como escoras, proteção de obra, formas, elementos estruturais (colunas, vigas, caibros) e laminados de bambu, que podem ser utilizados tanto como elementos estruturais (pisos, revestimentos e painéis estruturais) ou de vedação.
Pode ser cortado em ripas, dando mais flexibilidade ao material e permitindo seu uso em sistemas construtivos arqueados e estruturas em casca. As mesmas ripas podem ser industrializadas, sendo planificadas nas quatro faces e coladas umas as outras em diferentes posições, produzindo assim “madeira” laminada colada de bambu, que possui resistência e durabilidade tão grande quanto madeiras de lei. “O laminado de bambu pode ser empregado em diversos setores da construção civil, desde formas, revestimentos, pisos, coberturas (telhas) e elementos estruturais”, afirma Vitor.
O bambu substitui também grandes tubulações que tradicionalmente são produzidas com substâncias cimentícias, metal ou plásticos, sendo cerca de 50% mais leves e 30% mais baratas, proporcionando redução de custos, logística e montagem, permitindo menor consumo, menor tempo de montagem, equipamentos mais leves e menos mão de obra.
Já os colmos, desde que colhidos no tempo ideal, tratados e secos, podem ser utilizados como escoras, formas, proteção de obra, e principalmente como colunas, vigas e outros elementos estruturais em diversos sistemas construtivos utilizados atualmente.
Diversas espécies de bambu apresentam características indicadas para serem utilizadas na construção civil. Gêneros de bambu como Phyllostachys, Bambusa, Dendrocalamus e Guadua são os mais utilizados na construção civil brasileira. “Esses bambus apresentam diferentes diâmetros que podem variar de um centímetro, no gênero Phyllostachys, até 25 centímetros no gênero Dendrocalamus”, informa Vitor.
Dependendo das características de cada um podem ser utilizados em funções estruturais. Bambus mais finos, por exemplo, são ideais para vedações e acabamentos. À medida que os diâmetros aumentam podem ser aproveitados como caibros e peças diagonais de travamento superior. Bambus com maior diâmetro ou feixes de bambus de menor diâmetro servem como vigas e colunas.
“Independente do tipo de bambu a ser utilizado é imprescindível que estejam tratados e secos, possibilitando o desenvolvimento de estruturas que trabalhem menos após a execução da obra e garantindo a vida útil adequada contra agentes patológicos, como fungos e insetos”, alerta o engenheiro.
Sistemas construtivos
Ainda de acordo com o engenheiro Vitor, a falta de conhecimento sobre o material faz com que um número maior de pessoas utilize o bambu de forma incorreta, sem tratamentos adequados e com técnicas ineficientes, fazendo com que algumas estruturas não tenham todo o potencial de utilização desse material e terminem por diminuir sua importância e até negativar a opinião dos consumidores por este tipo de produto.
“É necessário que o bambu seja utilizado da forma correta, favorecendo assim o desenvolvimento de sistemas construtivos eficientes e resistentes, mostrando todo o potencial de aproveitamento estrutural do bambu”, salienta.
A maioria dos sistemas construtivos permite a utilização do bambu. Podem ser desenvolvidas estruturas feitas totalmente em bambu ou nas quais o bambu é utilizado junto com o concreto armado, perfis metálicos, madeira, dentre outros.
Vitor ressalta que o projeto deve ser realizado por profissional capacitado.
“Quando diferentes sistemas construtivos são usados em um mesmo projeto é importante que esse profissional tenha conhecimento de ambos e principalmente entenda como utilizá-los em conjunto de forma eficiente e resistente”.
Obras executadas somente com bambu estrutural também demandam conhecimento sobre uniões e conexões entre peças de bambu. “O uso de colmos de bambu, juntamente com elementos de concreto armado, madeira e perfis metálicos demandam um entendimento global e local dos esforços atuantes para o projeto e execução dos sistemas conectivos e interação entre os diferentes elementos estruturais”, informa.
Os tipos de vedação e instalações também precisam de atenção por parte do projetista e construtor. Alguns sistemas estruturais dificultam o uso de vedações convencionais, como tijolo cerâmico, sendo necessário maior entendimento de como essas vedações e instalações serão desenvolvidas no decorrer da obra.
Feito com bambu
O bambu é protagonista de obras de arte da arquitetura sul-americana
O colombiano Simón Vélez tornou-se um dos arquitetos mais importantes do mundo pelo uso inovador do bambu na construção. Simón desenvolveu novos métodos e sistemas de apoio estrutural, transformando o material em um recurso moderno e flexível, que pode ser usado em todos os tipos de edifícios.
Com projetos espalhados por 11 países, dentre eles, a Igreja Nuestra Señora de La Pobreza, em Pereira, Colômbia, o Museu Nômade Zócalo, na Cidade do México, e ZERI Pavilhão para a Expo 2000, em Hannover, na Alemanha.
Vélez também projetou o Crosswaters Ecolodge, um destino de ecoturismo nas florestas da Reserva de Montanha Nankun Shan, na província de Guangdong, na China, considerado o maior projeto comercial para o uso de bambu.
Brasil não tem norma técnica para uso do bambu
Segundo a ABNT, proposta está em fase de elaboração e será aberta à consulta pública
Normas internacionais para o uso estrutural do bambu existem desde 1973 e vêm sendo melhoradas e adequadas à realidade de cada país. As normas internacionais ISO 22156 e ISO 22157 norteiam várias outras de países de todo o mundo, principalmente sul-americanos, como Colômbia, Peru e Equador.
No Brasil, o bambu ainda não é regulamentado, porém já é amplamente utilizado, tanto em estruturas rurais quanto em projetos de maior complexidade estrutural. “Como as normas nacionais ainda não estão vigentes os responsáveis técnicos precisam se embasar em normas internacionais e experiência prática sobre o material”, explica Vitor Marçal, secretário executivo da Associação Brasileira de Produtores de Bambu (Aprobambu).
Atualmente, a Comissão de Estudo de Estruturas de Bambu (CE002:126.012) atua junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no âmbito do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/ CB-002), para definir parâmetros de aproveitamento estrutural do bambu no país.
Duas normas técnicas estão em desenvolvimento na ABNT: a Norma Brasileira 16828-1 (Estruturas de Bambu - Parte 1: Projeto) e a NBR 16828-2 (Estruturas de Bambu – Parte 2: Determinação das propriedades físicas e mecânicas).
A primeira define os requisitos básicos exigidos para projeto de estruturas feitas com colmos de bambu e a segunda estabelece métodos de ensaio para avaliar as propriedades físicas e mecânicas do bambu. Os resultados dos ensaios poderão ser usados para fins de controle de qualidade das construções de bambu.
O documento foi redigido por profissionais, pesquisadores e bambuzeiros de vários estados brasileiros, nos últimos dois anos, em reuniões bimestrais em diferentes estados brasileiros. Segundo a assessoria de imprensa da ABNT, os documentos estão em fase de editoração e ainda não foram submetidos à Consulta Nacional.
“Torcemos para que em breve essa norma já esteja disponível para aproveitamento nacional orientando e definindo conceitos básicos de qualidade do bambu, cálculo estrutural, projeto, execução e manutenção de estruturas desenvolvidas com bambu no Brasil”, salienta Vitor, que é também secretário da Comissão de Estruturas de Bambu.