Associação representa os profissionais há 75 anos e recebeu uma placa do Conselho em reconhecimento pela história 

A Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP) foi homenageada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP). A entidade de classe, que completou 75 anos, foi prestigiada durante a sessão plenária do Crea-SP do último dia 20/07, na capital paulista.

“As associações são o elo entre o Conselho e os profissionais nos municípios. A homenagem é mais que justa, pois a AEAARP atende a área tecnológica há mais de sete décadas. Agradecemos a parceria e colocamos o Conselho à disposição para as entidades e, assim, avançarmos em ações que valorizem os profissionais das Engenharias, Agronomia e Geociências”, destacou o presidente do Crea-SP, Eng. Vinicius Marchese.

O presidente da AEAARP, Engenheiro Fernando Paoliello Junqueira, agradeceu a homenagem e ressaltou a importância da aproximação do Conselho com as entidades para o desenvolvimento dos profissionais do município e em todo o Estado. “O estreitamento das associações com o Crea-SP é fundamental para que os profissionais contribuam para a difusão das funções do Conselho, que, inclusive, oferece segurança jurídica para a própria classe. Temos feito forças-tarefas e diversas ações em conjunto, mostrando que o trabalho da autarquia não visa somente a fiscalização, mas sim impulsionar a carreira dos profissionais junto às entidades”, destacou. 

Na ocasião, ele recebeu uma placa em consagração aos trabalhos prestados da associação durante todos esses anos pelos profissionais da área tecnológica no município de Ribeirão Preto.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmou a abertura de um novo concurso com 94 vagas destinadas a cargos de níveis médio e superior. A expectativa é que o edital seja publicado no início de 2024. Uma excelente notícia é que o concurso terá 40% das vagas reservadas para cotas, visando promover maior inclusão e diversidade no quadro de pessoal da instituição.

Dentre as vagas reservadas, 30% serão destinadas a candidatos negros, enquanto 10% serão destinadas a Pessoas com Deficiência (PcDs). Esses percentuais são superiores aos mínimos exigidos por lei, que são de 10% e 5%, respectivamente.

De acordo com informações da Assessoria do BNDES, o último concurso realizado pela instituição foi em 2012, antes da Lei nº 12.990/2014, que estabelece as reservas de vagas para cotas raciais. Portanto, o novo concurso representa um importante passo para aumentar a inclusão e a representatividade no banco.

Atualmente, o BNDES possui cerca de 14,6% de profissionais negros (12,9% de pardos e 1,7% de negros), enquanto a proporção desse grupo na sociedade brasileira é de aproximadamente 56,1% (47% de pardos e 9,1% de negros), de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD Contínua).

Ainda não foi definida a banca organizadora do concurso, mas em edições anteriores, a Fundação Cesgranrio ficou responsável por essa tarefa.

Os cargos oferecidos no próximo edital ainda não foram divulgados oficialmente. Contudo, o Plano de Cargos e Salários do BNDES disponibiliza duas carreiras: "Técnico de Suporte Administrativo" para nível médio e "Profissional Básico" nas áreas de Administração, Análise de Sistemas - Desenvolvimento, Análise de Sistemas - Suporte, Arquitetura, Arquivologia, Biblioteconomia, Ciências Contábeis, Comunicação Social, Direito, Economia, Engenharia, Geologia e Psicologia para nível superior.

Os vencimentos iniciais são atrativos, partindo de R$ 4.794,50 para Técnico de Suporte Administrativo, com possibilidade de alcançar até R$ 14.373,36 com progressões na carreira. Para o cargo de Profissional Básico, os valores iniciais são de R$ 15.048,69, podendo chegar a R$ 35.043,22, também com progressões.

Em fevereiro, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, já havia expressado a intenção de retomar os concursos públicos na instituição, com a inclusão de cotas, visando garantir maior representatividade e diversidade em seus quadros.

Os concurseiros interessados em se preparar para as seleções futuras do BNDES devem ficar atentos, pois o concurso abrangerá diferentes regiões do país, incluindo Sudeste, Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste.

Relembrando o último concurso para o BNDES, ocorrido em 2012, houve oportunidades para cadastro de reserva em funções de níveis médio e superior. As provas foram aplicadas pela Fundação Cesgranrio, e os candidatos foram avaliados por meio de provas objetivas e discursivas, com questões específicas para cada cargo.

Congresso Estadual de Municípios debateu políticas públicas

Conectar prefeituras e o próprio governo do Estado com profissionais técnicos que podem contribuir com bons projetos e soluções para os municípios. Esse é um dos objetivos da gestão do Crea-SP. Em mais um passo para a valorização da Engenharia e da área tecnológica, o presidente do Conselho, Eng. Vinicius Marchese, realizou palestra no 65º Congresso Estadual de Municípios (CEM), na terça-feira (9/05). O evento, que contou com a presença do governador de São Paulo, Eng. Tarcísio de Freitas, reuniu deputados, prefeitos, secretários e gestores na cidade de Ribeirão Preto.

Segundo o presidente da Associação Paulista de Municípios (APM), Fred Guidoni, colaboração, compartilhamento e inovação são os pilares das gestões do futuro. “Acreditamos que quando fazemos juntos, fazemos diferente. É por isso que temos aqui arenas para debater temas fundamentais e importantes, contando com a presença de diversas entidades e dos três poderes. Estamos aqui para fortalecer o municipalismo”, comentou.

Um governo municipalista: esse foi um dos compromissos do governador, Tarcísio de Freitas, em seu discurso. “As pessoas não moram na União, moram nos municípios, e é por isso que esse Congresso é tão importante, porque ouvimos os prefeitos, secretários e vereadores, que escutam, diariamente, as dores da população”, pontuou.

Com unidades de atendimento em mais de 180 municípios, o Crea-SP conta com mais de 350 mil profissionais registrados em todo Estado. Para Marchese, é pensando em aproveitar o capital humano da área tecnológica, para contribuir com o desenvolvimento do Estado, que o Crea-SP busca se conectar com a gestão pública.

“Estamos aqui falando de cidades inteligentes, que nada mais são cidades que funcionam para as pessoas. Sabemos que a área tecnológica é essencial para a criação de projetos inovadores, criativos e sustentáveis. É por isso que, cada vez mais, construímos parcerias com entidades e gestores, porque sabemos que bons profissionais de Engenharia, Agronomia e Geociências têm o papel de contribuir com a construção do nosso país”, avaliou o presidente do Conselho.

Fonte CREASP

No centro da cidade, três casarões construídos no início do século passado são exemplos de preservação, investimento e persistência.

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Dois ícones da arquitetura cafeeira do interior paulista estão, finalmente, em obras. A intervenção na Biblioteca Altino Arantes é inovadora e arrojada e, grande surpresa para o público, o Palacete Camilo de Mattos também será restaurado. As duas iniciativas são do setor privado.

“Ainda temos muitos bens históricos abandonados no quadrilátero central, como o Hotel Brasil, as ruínas do Palacete Albino de Camargo, que também devem receber atenção especial. Se a cidade é feia e abandonada, ela é motivo de tristeza aos olhos das pessoas que caminham pelo centro”, observa o arquiteto Cláudio Bauso.

Casarões e palacetes construídos no início do século XX na região central de Ribeirão Preto representam o período em que a cidade foi uma das maiores produtoras de café do Brasil. Os imóveis caracterizam a formação de uma cidade associada ao complexo cafeeiro, dos pontos de vista político e econômico. As construções invariavelmente demonstravam a riqueza e o poder daquele período histórico.

As mudanças culturais e econômicas do final do Século XX provocaram a verticalização do centro. Muitas das construções do período áureo do café deram lugar a edifícios residenciais e comerciais. Alguns casarões resistem, protegidos pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto (Conppac). “Preservar esses bens significa ter uma memória registrada não só do modo de edificar como também do modo de viver e residir no período do café”, explica a historiadora Lilian Rosa.

Na arquitetura, completa a historiadora Sandra Regina Firmino Abdala, ficam registrados erros e acertos do passado e do presente. “Como sociedade, nos apropriamos desses conhecimentos, sem os quais fica difícil construirmos um futuro melhor para nós mesmos”, argumenta Sandra, que atua na Divisão de Patrimônio Cultural da Secretaria Municipal da Cultura de Ribeirão Preto.

Segundo a professora de história Nainôra Maria Barbosa de Freitas, docente do Centro Universitário Barão de Mauá, a preservação dos bens culturais depende de políticas públicas aplicadas em educação permanentemente com o objetivo de trabalhar com a identidade e a memória de uma comunidade. “Tarefa de uma vida inteira, aliando educação, cultura, bem como todos os aspectos de uma sociedade que se esforça para garantir às gerações seguintes a preservação da história e da memória. Acredito em parcerias entre poder público e privado junto com o esforço da sociedade civil”.

Segundo ela, quando a memória não é respeitada, a identidade e o exercício da cidadania são deixados de lado e as referências, que permitem ligar o passado com o futuro, são esquecidas.

“Uma cidade precisa destas referências culturais para avançar construindo cidadania atuante, em que o cidadão seja partícip partícipe e não apenas um mero espectador, usuário da cidade onde mora, ou trabalha”, defende.

O patrimônio cultural é um dos principais agentes para salvaguardar a identidade original de uma comunidade.
Sandra Regina Firmino Abdala – historiadora

Quando nos referimos ao patrimônio olhamos o passado mas, a referência são as escolhas que queremos deixar para as gerações seguintes, ou seja, para o futuro.
Nainôra Maria Barbosa de Freitas, professora de história

Biblioteca Altino Arantes

“Presente para a comunidade e resgate do centro de Ribeirão Preto”. É assim que Wagner Chiodi, diretor administrativo da Fundação Educandário Coronel Quito Junqueira, define a restauração da Biblioteca Altino Arantes. A Fundação é mantenedora do local.

O imponente casarão, localizado na Rua Duque de Caxias, na região central de Ribeirão Preto foi projetado pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo, um dos mais importantes arquitetos brasileiros no início do século passado. O prédio foi construído em 1932 para ser residência de Francisco Maximiano Junqueira, o coronel Quito Junqueira, pecuarista, cafeicultor e empresário, e Theolina Zemilla de Andrade Junqueira, conhecida como Sinhá Junqueira.

Quito Junqueira faleceu em 1938. O casal não tinha herdeiros o que inspirou sua viúva, Sinhá Junqueira, a criar em 1952 a fundação que leva o seu nome com o intuito de que seu patrimônio fosse usado para manter as obras filantrópicas às quais se dedicou durante toda a vida. Ela faleceu em 1954 e no seu testamento deixou expresso o desejo de que a sua residência se tornasse uma biblioteca pública. No ano seguinte, 1955, foi inaugurada a Altino Arantes.

O prédio é tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto (Conppac) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão estadual dedicado à preservação. Em 2014, a Fundação Educandário assumiu a Biblioteca com o objetivo de recuperar o prédio e o acervo. “Havia vitrais quebrados, trincas nas paredes e alguns livros estavam desmanchando”, explica Wagner.

A obra de restauração e ampliação da biblioteca começou em 27 de janeiro de 2019 e deve ser concluída até o final deste ano. Com investimento de R$ 11 milhões, proveniente exclusivamente da Fundação Coronel Quito Junqueira, o projeto do escritório Pitá Arquitetura, de São Paulo (SP), prevê a restauração integral do prédio, realizada por um especialista em restauro, e a construção de um anexo, com arquitetura horizontalizada e minimalista. A área total passará de 600 m² para 1.490 m².

Segundo Wagner, nenhuma parede será alterada. Serão modificadas apenas as funções dos espaços internos. O local contará com sala de leitura, acervo físico e digital, anfiteatro, biblioteca, café e elevador para acesso de deficientes. “Será uma estrutura moderna, com tecnologia para atrair o público”, diz Wagner.

A edificação foi construída atendendo padrões estéticos e funcionais da época da concepção do projeto (década de 1920), adequado às famílias de alto poder aquisitivo. É farta em ornamentos, por dentro e por fora. A instalação da biblioteca exigiu alterações, preservando sua essência.

Segundo Maria Luiza Dutra, responsável pelo projeto de restauração, a maior dificuldade diz respeito às instalações elétricas, de prevenção e combate a incêndios, proteção patrimonial, ar-condicionado e acessibilidade. Esses itens têm de compatibilizar as normas atuais à preservação de pisos, forros e paredes decoradas.

“A maior parte das paredes das áreas sociais do térreo da antiga residência, assim como as dos halls do pavimento superior, tiveram suas pinturas decorativas preservadas, embora em condições não muito boas. Veja, não se trata de afrescos, mas de pinturas feitas à máscara com desenhos repetitivos. Todas as pinturas visíveis estão sendo mantidas. As que receberam pintura lisa e foram encobertas em tempos idos terão apenas um trecho à mostra, como testemunho de sua existência”, detalha Maria Luiza.

A nova edificação na área externa vai abrigar auditório e espaços para oficinas
Planta Biblioteca Altino Arantes

Um dos cuidados do projeto de ampliação foi o de garantir que o novo espaço tivesse altura inferior ao da casa projetada por Ramos de Azevedo. “O protagonista da obra é o prédio histórico”, reconhece o arquiteto Fábio de Bem, do escritório Pitá Arquitetura. O projeto também deu ênfase aos espaços internos e externos. “Até o mobiliário foi pensado para a valorização do todo e principalmente da história”, detalha Fábio.

Maquete mostra a integração da nova arquitetura ao projeto original de Ramos de Azevedo

Palacete Camilo de Mattos

Interior Palacete Camilo de Matto

Dezoito meses depois de toda a burocracia tramitar na prefeitura e nos órgãos de preservação do patrimônio, o Palacete Camilo de Mattos, também na Rua de Duque de Caxias, deverá renascer. O prédio foi adquirido em 2017 pelos empresários Ricardo Cesar Massaro e Marcos da Cunha Mattos – que não é descendente do ilustre morador original da casa, apesar da coincidência nos sobrenomes.

Joaquim Camilo de Moraes Mattos, que foi vereador e prefeito de Ribeirão Preto, além da intensa atividade empresarial e política no interior paulista, viveu naquela casa, um endereço privilegiado da elite cafeeira.

Os 1.100 m² do local têm 600 m² de área construída, com 19 cômodos, oito na parte superior e 11 no térreo, além de uma varanda. Nos fundos há uma casa de caseiro. “O palacete será restaurado como unidade unifamiliar, sem outra finalidade de uso, e seguindo sua originalidade”, explica o arquiteto e urbanista Claudio Bauso, responsável pela execução do projeto.

Planta do Palacete Camilo de Mattos

O objetivo dos empresários é dar nova utilização para o prédio e atrair pessoas para centro da cidade. Enquanto a obra não começa, a dificuldade é preservar o imóvel de invasões e depredações. “Temos frequentes ocorrências de pessoas que entram para furtar, dormir ou usufruir do local. Começamos a fazer o monitoramento por câmera para tentar evitar as invasões”, diz Ricardo.

Em junho deste ano, o Palacete foi aberto à visitação durante a Feira Nacional do Livro. “A população teve a oportunidade de conhecer um de seus patrimônios históricos, mostrando a função cultural e social do edifício”, ressalta Claudio. Para ele, o tombamento atribuiu ao imóvel valores artísticos, arquitetônicos e paisagísticos. “Ele participa da paisagem da cidade, portanto também tem uma tendência turística”, argumenta. Estão previstas visitas monitoradas ao Palacete durante a reforma.

A arquitetura do prédio é Art Déco, de origem francesa e eclética, com pinturas de afrescos (técnica de pintura em paredes) em estêncil (aplicação de tinta sobre um molde vazado). No seu interior foram utilizados materiais nobres, como mármore de Carrara e Peroba-rosa nas portas, janelas, caixilhos.

Segundo Claudio, a construção do Camilo de Mattos coincide com o período em que os casarões no centro eram projetados por grandes nomes da arquitetura. Neles, a arte do interior, sempre ricamente adornado, normalmente era executada por italianos, imigrantes que vieram para Ribeirão Preto para trabalhar no cafezal. Sem vocação para a lavoura, fixaram-se na cidade trabalhando como músicos, pintores, artistas de uma forma geral. “Os italianos deixaram um legado, uma contribuição muito grande na arquitetura e na arte das elites do período cafeeiro”, diz.

Claudio explica que o Palacete retrata as relações sociais, políticas, econômicas, trabalhistas e culturais de um período próspero. “Vemos uma relação trabalhista e social em espaços da casa para prestação de serviço interno que naquele momento eram importantes. Isso está na moradia, na forma de construção, como a disposição da casa do caseiro ao fundo e o quarto do casal à frente da casa, onde era possível manter o domínio dos movimentos da residência”, explica.

A Casa da Memória Italiana

Fachada

Com quase 100 anos de existência, a Casa da Memória Italiana, localizada na Rua Tibiriçá, no centro de Ribeirão Preto, é exemplo de preservação. O acervo composto pela estrutura arquitetônica, decorativa e mobiliária é original da década de 1920. “Piso, lustres, arandelas, pinturas artísticas das salas e quartos, vitrais e mobiliário são da época da construção”, conta Maria Augusta Scatena Lopes, neta de Pedro Biagi, o segundo e derradeiro proprietário do imóvel.

Maria Augusta morou na casa por muitos anos e hoje coordena o programa de zeladoria e segurança do Museu Casa da Memória Italiana. Para ela, a utilização da casa por famílias que viveram em épocas tão diferentes, sem a necessidade de adequação, só foi possível devido aos cuidados dos moradores.

A Casa foi projetada em 1923, pelo arquiteto Arnaldo Maia Lello a pedido de Joaquina Evarista Meirelles, fazendeira de café. A edificação foi denominada na planta como Bungalow, estilo de casa americana com influências do Art and Craft, movimento estético inglês que defende o artesanato criativo. Parte de sua ornamentação externa é considerada com estilo neocolonial simplificado, que surgiu em São Paulo no início do século XX.

Em 1941, a residência foi comprada pelo casal de imigrantes italianos Pedro Biagi e Eugenia Viel Biagi. A casa foi habitada por seus familiares até 2012. Em 2014, o imóvel foi doado ao Instituto Casa da Memória Italiana, criado com o intuito de documentar e preservar a história da imigração italiana.

O espaço mantém diversas ações educativas e culturais gratuitas. São realizadas palestras, contações de histórias, música e oficinas para família, exibição de filmes, exposições de arte e um concerto de final de ano apresentado no jardim da fachada da edificação.

“Todas as ações tem o objetivo de agregar a comunidade ao espaço histórico, promovendo experiências que fomentem o sentido do pertencimento ao Museu Casa da Memória Italiana como um lugar de memória da cidade e da sua própria vida”, destaca Alice Registro Fonseca, gestora executiva Casa da Memória Italiana.

Desafio da engenharia

Uma capela de 1920 foi erguida e sob ela será construído um complexo de entretenimento e lazer

Capela Santa Luzia

Uma antiga capela tombada pelo tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) ficou no meio do caminho de um ousado projeto na capital paulista. A solução foi erguê-la, usando a ciência que transforma e que também preserva: a engenharia.

A edificação, projetada pelo arquiteto italiano Giovanni Battista Bianchi e construída em 1922, foi suspensa a 31 metros do chão sobre uma plataforma de concreto e sustentada por pilares. A construção do complexo Cidade Matarazzo, projeto que compreende um hotel de luxo que será entregue em 2020 em São Paulo (SP), e integra a capela a um complexo hoteleiro, a Rosewood Hotels and Resorts.

Oito pilares de 54 metros de profundidade foram concretados sob o a edificação, que tem 1.600 toneladas. O terreno foi inteiramente removido para criar o vão necessário para oito andares de subsolo. A escavação das colunas foi feita com uma perfuratriz de baixa percussão e depois, com processos de hidrojateamento (utilização de jato de água de alta pressão), a terra sob o edifício foi cuidadosamente removida. O espaço abaixo da igreja será ocupado por um cinema, bicicletário, área de desembarque de passageiros e estacionamento.

A diretoria que vai gerir a AEAARP no biênio 2023/2025 tomou posse no último domingo sob fortes emoções: o engenheiro Fernando Junqueira, presidente nos próximos dois anos, reafirmou seus compromissos com a união e o trabalho; o ex-presidente Giulio Prado fez balanço da gestão, destacando projetos de comunicação e meio ambiente, e os 75 anos da Associação foram lembrados como a transformação do diamante que a cada nova camada de lapidação se torna mais precioso.

Veja demais fotos da posse

Entidade é apoiadora de primeira hora da campanha, que visa à conscientização sobre a hanseníase, doença que coloca o Brasil em 2º lugar em número de casos

Por mais um ano, a AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto estará entre as instituições que apoiam a campanha Janeiro Roxo-Todos contra a hanseníase, da SBH-Sociedade Brasileira de Hansenologia. A entidade já está iluminando a fachada na cor roxa. O presidente da AEAARP, Giulio Roberto Azevedo Prado, anunciou que manterá a iluminação até 31 de janeiro.

A fachada na rua João Penteado, nº 2.237, em Ribeirão Preto, ganha a iluminação à noitinha - a AEAARP apoia a campanha Todos contra a hanseníase desde 2015, quando foi lançada a ação nacional. Em 2016, o Ministério da Saúde oficializou a agenda Janeiro Roxo para ações de conscientização sobre a doença, que coloca o Brasil em segundo lugar no ranking mundial de casos diagnosticados – atrás apenas da Índia.

“É papel da sociedade civil abraçar causas ambientais, sociais, culturais ou educativas. Empresas e organizações têm estrutura para dar eco a ações que agregam valor à sociedade e é o que estamos fazendo na campanha Todos contra a hanseníase, junto com outras organizações em Ribeirão Preto e no país”, diz o presidente da AEAARP.

O presidente da SBH, Claudio Salgado, dermatologista e hansenólogo, ressalta que as manifestações por parte de organizações públicas e privadas dão significativa visibilidade ao tema e mostram quanto a sociedade civil pode contribuir com questões sociais.

Hanseníase

O Brasil vinha notificando cerca de 30 mil novos casos de hanseníase por ano antes da pandemia, quando houve uma queda no número de novos diagnósticos, mas a SBH estima que o número real de doentes no país seja 3 a 5 vezes maior que o oficial. “São milhares de doentes sem diagnóstico que seguem transmitindo a hanseníase para pessoas saudáveis ao mesmo tempo em que sofrem com o agravamento da doença.  Por isso, é preciso empenhar esforços para orientar a população, aumentar os diagnósticos e quebrar a cadeia de transmissão do bacilo como fizeram os países que conseguiram o controle da doença e, para isso, a conscientização sobre sinais e sintomas e sobre o tratamento é urgente”, explica Salgado.

A hanseníase é uma doença infecciosa causada por um bacilo que afeta os nervos. Os sintomas costumam ser manchas avermelhadas e esbranquiçadas na pele, formigamentos, dores ou fisgadas no corpo e diminuição ou perda de sensibilidade em algumas partes. O diagnóstico da hanseníase é clínico, feito pelo médico mediante avaliação do conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo paciente e realização de exames adicionais.

A SBH alerta que a capacitação de profissionais de saúde sobre a hanseníase é essencial na luta contra a doença. “Quando os serviços de atenção básica à saúde estão capacitados, o número de diagnósticos aumenta, o que é positivo, porque colabora com o controle da transmissão do bacilo causador da hanseníase. Foi o que aconteceu em Ribeirão Preto, cidade que elevou o número de casos notificados garantindo a possibilidade de tratamento aos pacientes”, explica Claudio Salgado.

Em tratamento regular, o paciente deixa de transmitir a doença. Hanseníase tem cura e tratamento gratuito.

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