A energia que uma xícara de café oferece na hora em que bate o cansaço está sendo usada de outra maneira na Grã-Bretanha. A reportagem foi exibida no Jornal Nacional, da TV Globo, e informa que poucos ônibus de dois andares rodam com a novidade.
O mundo recorre ao cafezinho por bilhões de motivos. Todo dia o londrino bebe na média quase duas xícaras e meia. São 500 mil toneladas por ano, mesmo na terra do chá.
O efeito colateral mais visível do excesso não é a insônia nem as palpitações e sim o lixo. A borra, como todo produto orgânico, apodrece e libera um poderoso gás que aquece o planeta.
Entre um gole e outro, Arthur pensou nesse desperdício. O arquiteto foi atrás do lixo e desenvolveu com outras pessoas um biocombustível com 20% de óleo de café.
O combustível de café já tira o sono de ambientalistas. O porta-voz da ONG Bio Fuels Watch acha que transformar lixo em energia é positivo, mas lembra que 80% do novo produto são formados pelo velho diesel.
Ele explica que 107 aterros britânicos já tinham a capacidade de transformar o gás metano do lixo apodrecido em energia. Além do desperdício, o problema também está nas falhas de coleta que fazem com que menos resíduos sejam tratados e transformados em biogás.
O combustível de café não tem vida longa no Reino Unido. O governo decidiu banir todos os veículos movidos a diesel ou gasolina a partir de 2040. A ideia é diminuir a poluição e as emissões de gases que aquecem o planeta.
Arthur sabe que inventou um paliativo, mas não quer esperar para minimizar o problema das emissões. Ele explica que muitos ainda demoram a trocar seus carros a diesel pelos elétricos. O novo combustível não exige modificação nos motores ou gastos adicionais, pode ser usado já.
A cafeína vai continuar movendo pessoas. Mas nem precisa ler a borra do café: a energia do futuro é a elétrica.